Saite da Vida

Saite da Vida

sábado, 28 de agosto de 2010

Famílias que Buscando a Paz Encontram a Morte


Assalto e morte em condomínio.

Modifiquei nomes para maior proteção. É recurso do qual disponho. Leiam o comentário. Se possível o blog indicado logo abaixo.

Famílias vêm morar em Condado buscando qualidade de vida. Escolhem para viver um lindo Condomínio chamado Vista Feliz em frente a uma bela avenida que relembra as viagens que Dom Pedro fez para reconhecer sua nova colônia. É gente! Ele passou por aqui com sua caravana. Antes passaram porém os Bandeirantes com sua tropa, criando as capitanias. É a Estrada da Boiadeira, quem vindo de São Paulo por dentro, segue para Campinas (pegando a Av washington Luís que sai na João Jorge) indo até Bela Floresta, Pereira Barreto até onde sei que ia ... Era um tempo de paz e o sofrimento era deixar famílias para trás, em busca de aventura, mas uma aventura cheia de esperanças. Era a esperança de riquezas terrenas como sempre, boa e muitas vezes útil. Foi necessário, e um bem vem sempre acompanhado de um mal. Passaram-se alguns séculos e esta estrada continua no design de avenidas, estradas e rodovias. Em vez de bandeirantes, agora freqüentada por assaltantes e trabalhadores, qualquer motorista que desvie de um pedágio da anhangüera pode usá-la. Às margens das picadas que se abriam em meio à mata e com certeza belas árvores se erguiam, agora levantam-se belas residências, onde as famílias puderam descansar por um bom tempo em condomínios que traziam paz, por quarenta anos. Ontem porém inaugurou-se uma nova era, a do medo e insegurança de qualquer morador dentro de sua casa. Agora se guardam famílias apavoradas, crianças órfãs pelas mãos de bandidos que mataram por um celular. Os que sobreviveram estão internados na Santa Casa em estado de choque. A EPTV acaba de ligar em minha casa procurando por familiares que podem dar respaldo às notícias, devido a participação do conselho de Segurança Municipal. Não havia ninguém para comentar o fato, não era a mim que procuravam. Além deste, mais um crime hediondo na cidade, envolvendo o dono de um restaurante, empregado e polícia. Esta última com a finalidade de proteger o cidadão indefeso, ajudou a trancar as portas para deixar morrer em chamas um empregado. Estamos todos numa nau perdida no oceano da corrupção, pois cada acontecimento é político. A cidade esta semana não saiu das páginas policiais, e um milhão (grande região de Campinas) de pessoas ouviram falar da bárbarie acontecida na cidade. Vivemos como no tempo das cavernas, dos bárbaros, os séculos rodaram, mas a educação moral não chegou. Nosso país está precisando ir para reformatórios onde há recuperação do criminosos, como naqueles filmes americanos, já assisti alguns... muito bonitos. Polícia, soldados, prefeitos, vereadores, senadores, deputados, funcionários públicos, qualquer pessoa que ocupe um cargo público ou privado está correndo o risco de se corromper. É isso aí. Pra vocês verem que a minha aura sofre mudanças a todo momento. Estou variando do rosa, passando pelo vermelho, cinza e amarelo. Estou com um aperto no coração, e fazendo uma reflexão da violência que há no município e na cidade. Em alguma entrevista ainda vão dizer que é "um caso isolado" como na morte do candidato de Alagoas. Tenho que rezar para proteção do meu lar. É a minha única arma. Tinha acabado de enviar um email sobre cujo assunto era "TSE retira cometário do Arnaldo Jabor do site da CBN" para trezentas pessoas. Senti-me na obrigação, depois da EPTV ligar em casa, percebi que não tinha feito mais que a obrigação. Respeito, amor ao próximo, mas sem alienação. Preciso rezar mais um bocadinho, aliás muito mais, ler muito bem a oração sobre a prece no blog Espiritualistas - Universalistas, conversar com Deus como fazem os evangélicos com emoção e voz alta coisa que eles fazem muito bem. Devia aprender com eles. Sou meio fraca para orar. Sou muito boa de gogó.

Com tudo isso Paz e Luz!

Agora vou ver a novela das seis.

Para fundamentar esta postagem fui buscar no Blog da Jornalista Regina Carvalho a sua percepção sobre a segurança de uma cidade e suas conexões entre as autoridades de uma comunidade e os entraves para se concluir o trabalho de assegurar a vida física do cidadão. Acho da maior importância a leitura, pois fala de um assunto pesado, de um jeito suave, mas com uma percepção muito profunda e fundamentada do problema. De todos os entraves que percorre o problema segurança.

Segurança pública e banalização.

Meus Amigos Internautas


Um Poeta-pensador que me enriquece com o conhecimento artístico e humanitário, um Advogado, um Espírito de Luz que faz Jornalismo Celeste em companhia de sua mãe, Missionário que ensina a convivência familiar harmoniosa levando o grupo todo para Deus, um Evangelizador-Educador e pai de família além mar, que traz com ternura descritiva a cultura religiosa e social da sua aldeia , uma Doutora pelos anos da vida nos convocando ao amor pelo planeta dando dicas de como cuidá-lo, um Sábio do IPPE, a quem acompanhei por alguns anos em suas palestras, uma Escritora psicógrafa muito querida no país, que me fez viajar pelas civilizações com riquezas de detalhes, uma Jornalista e escritora engajada tentando ajustar as verdades divinas com a realidade social e ainda acudindo particularmente amigos leitores aflitos, outra Escritora e Professora que trás conhecimento e auto-conhecimento ajudando seus alunos e leitores e me faz passear pelo Brasil; um Grupo Sintetizador de todas as Fés universalizando o Amor ensinado por aqueles que vieram à Terra desde milênios trazer a mesma verdade sobre " amor ao próximo", lição difícil para mim; um escritor que me convida à Reflexão Divina.
Os blogs presentes, cada um trazendo sua contribuição e algum , embora não presente na lista de blogs, mas presente no meu blog, todos fazendo-me companhia saudável e frutífera, ajudando-me a tornar uma pessoa mais feliz e melhor. Obrigada de coração !

Reflexão sobre as minhas postagens



Tirei esta postagem pois achei que não estava em sintonia com o que venho apresentando até aqui. Como quero manter o padrão vibratório dos meus escritos, sendo isto o que mais valorizo, o que há de mais sagrado em minha vida, achei por bem excluí-la. Poderia apenas omití-la sem explicação e não faria falta para ninguém. Os meus arquivos vem servindo de auto-conhecimento, revisão de vida talvez. As palavras têm vida, constroem e destroem. Trazem a Paz e a Guerra. Não quero escrever aqui nada que possa entristecer qualquer pessoa, amiga ou não, de minha família ou não.
Muitas vezes vejo o humor disseminado em qualquer seguimento de comunicação, seja na roda familiar ou nos veículos públicos de comunicação, lamentavelmente, entristecendo as pessoas vítimas de tais abusos. Às vezes estes indivíduos pelas normas sociais deram motivo para que tal ocorresse, mas perante a caridade cristã, é melhor nos precavermos contra tais condutas, lembrando que estamos na escola da vida. Eu me matriculei nas aulas de Amor ao Próximo. Esta disciplina exige respeito absoluto, até mesmo em pensamento, sobre as imagens e conceitos que fazemos dos outros. Tenho a tendência de julgar os semelhantes, assim como estou sendo julgada o tempo todo. Não importando o que o outro faz, o meu compromisso com minha consciência é o que vale. Com o que os outros possam pensar de mim, se não me agradar, o que tenho a fazer é perdoar. Mas com o que faço aos outros, a minha atitude é aprender o Respeito. Tive uma formação religiosa católica muito rigorosa e dogmática, quando criança, mas que deixaram um aprendizado bem marcado. Soube ouvir os sermões do Padre Victor e outros tantos, principalmente aos domingos, sobre os ensinamentos de Jesus, que estão me valendo muito. Este caminho levou-me à ciência Espírita e Espiritualista. Estas ciências atualizam a Bíblia, trazendo Luz a cada versículo, no antigo e Novo testamento, facilitando-me a compreessão de muitas coisas que não entendia. Quando dos dezessete aos vinte e quatro anos, estava afastada e descrente de Deus, consegui resgatá-Lo dentro de uma novo entendimento, que em nada apagou ou desvalorizou o que tinha aprendido, ajudando-me a reviver o conteúdo e vivências antigas, trazendo-me uma visualização mais concretas e menos metafórica do que seja o céu e o inferno, imagens muito fortes na minha vida infantil e adolescente. As várias moradas do pai, uma delas está no filme Nosso Lar, que aqui postei. E o inferno aprendi que é ambulante, ele está onde nos encontramos. Se vivencio a raiva, estou nele, lançando chispas de fogo. A minha aura está rubra como uma chama de vela. Posso dizer que sou o céu e o inferno. A Paz trás cores azuladas, brancas, bem suaves. O amor é róseo, a cura é verde, a limpeza é violeta. Não é por acaso que a alfazema ou lavanda seja liláz. A própria natureza criou as cores de acordo com a necessidade dos seres vivos. O planeta terra é a Bíblia em ação. A Terra é uma Deusa. Os Tupis diziam que o Sol era Tupã, ou seja Deus. Deus é Luz. Está em todos os lugares. Dá vida a tudo. Se ele resolver se esconder a terra se acaba. A Terra é um ser vivo também, dependente do sol. Somos seres interligados, um dependendo do outro, um influenciando o outro o tempo todo. Sofro influência direta do pensamento de quem está do meu lado físico ou de quem está na China. Portanto tudo que escrevo e penso está influenciando diretamente todo o universo. Se o meu sogro soubesse que registrei aqui o seu dilema, mesmo ressaltando suas qualidades não iria gostar. Mas mesmo que não se importasse, para quem ambiciona fazer esta passagem com "Dez Com Louvor", seria uns décimos a menos na nota. E de décimos em décimos a nota vai abaixando e o Diabo enchendo o papo. As lições da Tico e Zíbia, "Pensar Grande" e "Você Pode Tudo", é o que desejo para mim. Teria maior prêmio que agradar a meu Deus Interno?
Somos Um

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Consulta de Rotina ao Oncologista


Desde dois mil e seis que estou às voltas com um tratamento de câncer. Caí no grupo de controle sendo que a cada mês passo em consulta com o oncologista, que faz os exames de rotina e me encaminha para fazer a medicação venal de Zometa. Este é um mineralizante, que suprime a queda de cálcio que meu organismo sofreu com o Mielloma Múltiplo. Esta doença rouba cálcio dos ossos. Como demorei para chegar ao tratamento, o meu esqueleto passou por um envelhecimento de vinte anos. É como se tivesse sofrido um processo de osteoporose, ou melhor como cupins roem a madeira deixando-a porosa, meus ossos ficaram porosos. As caminhadas que fazia de quase quarenta quilômetros caminhando daqui a Jundiaí a pé e depois voltando até louveira, totalizando trinta sete Kms; hoje caminho até cinco kms se for necessário, mas não é saudável pois pode prejudicar as articulações. Já tentei, mas o resultado não foi bom. Hoje, porém nada me impediu de pegar uma carona de moto com meu filho, depois de muito anos. Tinha que pegar o carro com minha filha no consultório onde trabalha, para ir ao médico. Foi uma aventurinha boa. O Dr Jão Paulo estava lá, bem humorado como sempre. Dei a ele o post do Blog do Plínio Ghirello "Se ligue no seu Deus Interior", dizendo-lhe que entregasse á dona Leda, sua mãe. Ele deu uma olhadinha rápida no conteúdo, e pedi-lhe permissão para fazer uma postagem sobre ele. Ficou combinado de me enviar uma fotografia bem bonita para tal. Esta imagem foi feita vinte dias antes de fazer o transplante, que graças a Deus correu muito bem! Muita Obrigado à Vida Maior por ter me proporcionado mais alguns anos de vida, tendo a oportunidade de fazer uma revisão do meu passado, colocar algumas coisas em dia, aproveitar mais a companhia de minha família, aprender a amar mais os meus bichinhos tão dependentes e fiéis a mim. Estão aqui do meu lado sempre. Onde vou estão atrás. Esta semana o Pancho andou doente, vomitando, ficou ainda mais carentinho. É um amor! Adoro tudo isto. Agora vou ver Passione. Boa noite, muito Amor, muito Deus em seu coração e no meu também.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dinomar ou Dico?

Conheci meu sogro lá pelos cinqüenta e dois anos. Descendente de bisavós imigrantes italianos, sendo que Seu Cristóvan foi parar na cidade de Frutal, Triângulo Mineiro. Não sei quantos filhos seu pai teve, mas presumo que de duas esposas, nasceram talvez uns doze filhos. Conheci quatro delas e mais quatro irmãos três irmãos dele. Dizem que seu Cristóvan era um homem inteligente, sistemático com a criação dos filhos, não esquecendo da educação espiritual. Meu sogro diz que orientava a família na linha Kardecista, isto é a crença na sobrevivência da alma através das múltiplas vidas. Também seus irmãos como ele herdaram o talento musical. Tocavam violão sem nunca terem freqüentado escola de música. Eu o conheci solando Sons de Carrilhões e Odeon. Também certa ocasião passando por Rio Verde (Goiás) encontrei o Tio Antônio com o mesmo repertório. Concluí que era mesmo uma família musical. Os filhos de meu sogro repetem o talento. Entre os parentes um primo mais velho de meu marido, grande tocador de viola, bebia exageradamente, deixando meu sogro precavido com a música, escondendo dos filhos, violas e violões durante a infância e adolescência. Naquela região os tocadores de viola acabavam se envolvendo em bares, bebidas e prostíbulos. Ainda falando de meu sogro, sobre a herança religiosa do Seu Cristóvan, foi abandonada por meu sogro, devido a um histórico de triângulo amoroso entre uma de suas irmãs, com o dono de um Centro Espírita de Frutal, e seu casamento arranjado para esconder a escorregada da irmã, cuja casamento gerou uma família honrada, mas nunca aceita. Este não era um homem sério, capacidade de discernimento que Seu Dico não teve para separar o joio do trigo, podendo conduzir seus filhos nesta linha de fé ou outra qualquer, mesmo sabendo que um representante de Deus falhou. Decepcionou-se, como era um homem sistemático, não se fala mais no assunto. Abandonou então, a música temporariamente e a fé para sempre. Mas não deixou de ensinar aos filhos a retidão de caráter, honestidade, que como esposa de um deles, posso testemunhar, principalmente no tocante a honorários médicos, a não exploração de pacientes, a tolerância e paciência. Seu Cristóvan era um Senhor controlador. Tudo girava em torno dele. Tinha uma fazenda de duzentos alqueires mineiro (48.000 mt). Os filhos viviam e trabalhavam em conjunto, como uma boa família italiana. Quando adolescente, aos treze anos na Rua Vigário da Silva, o avistava, já bem velhinho, ele e seu irmão, no alpendre de sua casa em sentido enviesado. Ele na outra calçada da rua, nesta época longe de me comunicar com a família. Então cada irmão recebeu sessenta alqueires de terra, com excessão das mulheres, que ficaram de fora, seguindo as leis italianas, embora vivessem no Brasil. O fato de comandar tudo fez com que os filhos perdessem as terras recebidas. Pelos menos o meu sogro sempre gostou da terra e até hoje já indo para noventa anos ainda precisa ir para as fazendinhas dos filhos, que inconformados com a perda do pai, trataram de recuperar, cada um seu quinhão, trabalhando em suas profissões. Sempre gostou de arar a terra, construir diques fazendo represas para passagens de água. Eu e ele fomos parceiros no plantio de pomares, tendo hoje muitas árvores espalhadas em terras. Quando seus filhos eram pequenos, até os doze anos o mais velho, ainda tinham a fazendinha. Até esta ocasião os filhos ainda os acompanhavam no trato com a terra, capinando, plantando, seguindo os cuidados com a lida diária. Neste período vieram para a cidade para iniciar o estudo das crianças. Entraram na primeira série um com onze, outro nove e sete anos. Atualmente, não é mais necessário esta mudança de vida, pois tem condução rural que faz o translado para as escolas na cidade. Este é o meu sogro. Homem sério, responsável com a família, educando-os muito bem, protegendo-os de vícios hereditários. Vendeu a fazenda para estudar os filhos, sendo este o grande mérito do pai, segundo meu marido. Porque caráter é obrigação, herança direta, impagável e rotativa. Mas o que ninguém esperava de Seu Dico, ocorreu aos setenta e oito anos. Do dia para a noite deixou de ser Seu Dico, para ser Seu Ademar. Assim, no seco. Deitou à noite como Dico e levantou como Ademar. A Dona Juraci, na primeira chamada da manhã de Dico, teve uma resposta: - a partir de hoje não me chame mais de Dico. Todo mundo atônito. O que que deu nele? Assim aconteceu com os amigos de baralho, no clubinho que criou no fundo de seu quintal. Chegaram os amigos para encontrar o Dico, que respondia como Ademar. Ninguém entendeu nada. Foi aquela gozação, até entender que o homem falava sério. Os homens foram ligeiros, pegaram a mancada rapidamente, e ninguém queria discussão. Mas as mulheres! Estas demoraram para entender a nova demanda. Chegavam perguntando pelo falecido, outras viraram a cara, deixaram de lado a antiga amizade. Algumas mandavam recado, sabe o antigo Dico... Mas ao final de um ano, sem ter opção foram se acostumando, e hoje após doze anos, todos nós o tratamos por Seu Ademar. Tudo foi resultado de uma brincadeira ambígua e cheia de malícia: - O Dico bom! Que pronunciada rapidamente, sai outro som. Homem sério, que impediu os filhos jovenzinhos de cantarem e tocarem violão, que deixou a religião de lado por vacilada de outros, ia permitir um vacilo desta dimensão consigo mesmo? Jamais. Dico nunca mais. Depois de setenta e oito anos a ficha caiu. Pode? Este meu sogro é um bom homem. Aprendi muito com ele. Sabe ficar em silêncio quando é preciso. E no silêncio resgatou sua dignidade, quando imaginou a hipótese de perdê-la, sem muitas explicações. Acho que as mulheres da comunidade nunca entenderam o porquê da drástica mudança.
Sons de Carrilhões

Cora, uma Blogueira ?


Cora e a mulher brasileira

No seu livro Vintém de Cobre diz: este livro "vai à publicidade sem nenhuma pretensão", Alguma coisa, coisas que me entulhavam, me engasgavam e precisam sair". Coralina é uma existencialista humanista, uma mulher que viveu o que qualquer mulher do sertão ou da cidade vive hoje em dia. Seu diferencial era a sensibilidade e antecipação, qualidade de pensar escrevendo o seu pensamento em forma de prosa e verso. Especialmente neste livro, conta coisas que se passam principalmente com qualquer pessoa, fazendo uma colcha de retalhos de suas memórias. Ela diz "Meias Confissões de Aninha" é certo porque confissão pública de todas as vivências é impossível. Queremos o respeito alheio, não que nos desrespeitemos com a nossa vida e escolhas, mas a cada postagem estamos entrando na alma de outros, que também têm seu sistema de crenças, se não bater, vai de mal a pior. Moinho do Tempo. "Se apegava a santos distantes, cansados e enfastiados de tantos pedidos, ia à igreja, confessava e comungava, saindo confortada após a missa..." Quem não viveu isto um dia? Outros se apegam a Espíritos de luz que são como os Santos ou Anjos da Guarda. Recebeu apelido de ET, por incrível que pareça eu também já fui lembrada por amigas como tal. Meu Melhor Livro de Leitura. Usava a palavra sistemática e histórias da Caronchinha era seu melhor livro de leitura. Quem não se viu como Maria e Joãozinho perdidos na floresta, como nós atualmente, perdidos na floresta da vida, ou a Branca de Neve cuidando dos anõezinhos; sou o Zangado quando algo me irritou porque não prevaleceu minha vontade, ou o Feliz, porque deu tudo certo, então comemoro contente? Branca de Neve eu sou quando estou aberta para o Amor. Já quando sou injustiçada, renegada e excluída me vejo na Gata Borralheira. Como Aninha. Encontrei pela vida Brancas de Neve, e mais tarde Super Heróis, quem sabe Da Vinci foi um deles? Lógico que só na minha inexperiência acreditar neles, os substitutos do Príncipes Encantados.Os príncipes que viraram sapos, eu que de cinderela me transformei em gata borralheira. Até mesmo bruxa quem sabe. Ah! Diz ela "Minha volta ao mundo de kardec..." estou nessa fé. Fazenda Paraíso. As matriarcas da Fazenda Paraíso, estas encontrei na antiga Areias, um arraial do Triângulo Mineiro, minha avó Batista, tia Cecília, Dagmar e Elizena, na Fazenda São Mateus. Lá nos jardins encontrava giló, couve, rosas e cravos perfumados, hortelãs, cebolinhas, alfaces, ervas milagrosas de curar, filodendros e arbustos rajados (esqueci o nome). Os mandiocais, laranjeiras, mangueiras e tanto mais. Pai e Filho. Direito absoluto dos pais, melhor dizendo, do homem. Dá-se estes bens, para não dá-lo a uma esposa, mas tira-se do filho assim concluída a transação. Maioridade, a primeira providência é a devolução. E ai daquele (a) que passa os olhos no papel antes da assinatura, para simples conferência. Maldição de pai. Tradição, Família e Propriedade. Voltei. O dicionário, como Aninha foi meu avô, meu pai, meu libertador de dúvidas. Facilidade em responder a todas as perguntas que fizeram meus filhos sobre sinônimos disso ou daquilo. Até hoje ninguém fica sem resposta, o dicionário está aqui do lado em quarta edição, pois dois foram desfolhados de tanto carregar para cima e para baixo. Costume aprendido por todos. Premunições de Aninha. Acreditar no progresso, na tendência econômica, para onde o Rio do dinheiro vai correr. Condado explodiu em valorização. Alguns metros de terra por aqui hoje valem muito, quem acreditou comprou e preservou. Quem não fez dançou. Quem acreditou nos loteamentos de condomínios ganhou muito dinheiro. Confissões Partidas. "As armadilhas por mim criadas, Reservas profundas, meus reservatórias secretos, complexos, fechados, ermos, compromissos íntimos (...) Algemas mentais, e tolhida, prisioneira, incapaz de despedaçar a rede onde se debate o escamado da verdade..." Assim sou eu, com muitas verdades não ditas, sofridas, rasgando a minha saúde, encurtando o meu tempo de vida. Passo muitas vezes de cega, surda e muda. Muitas vezes tem me ajudado, mas vou agindo sempre e conseguindo muitas vitórias. No confrontamento sempre perco a disputa. Há quem pense que vivo numa linha divisória, talvez seja mesmo verdade, sei que apenas eu posso dar solução aos meus ais. Exaltação de Aninha (A universidade). Tive eu mesma a felicidade de freqüentá-la e proporcioná-la aos meus filhos. Mas Aninha tinha o universitário como fiel depositário de valores ancestrais vindo de Paris e Coimbra, como projetores da ciência do futuro. Hoje sabe-se que alguns jovens entram na faculdade de química para criar novas alquimias das drogas visando apenas o faturamento. O respeito à casa de ensino, ginásios, faculdades e cursos, será que podia prever o desrespeito com os professores, mesmo colegas e ao próprio patrimônio cultural? Como capacidade de criação, romper a crosta, criando algo novo, deixou um aviso, que ao universitário cumpria o "papel de semeador, sem contar com os júbilos da colheita". Conheço um que segue seu conselho: Máximo Ghirello. É um herborista, pesquisador, trazendo o conhecimento da cura pelas plantas, através da antropologia da medicina. Como a doença se instala e como o indivíduo busca a cura. É uma nova abordagem, vinda do oriente para ocidente, conhecimento milenar, pouco conhecido numa estrutura alopática medicamentosa, cristalizada na cátedra. Professor , "feliz daquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina (...) o melhor professor nem sempre é o de mais saber, é sim aquele que, modesto, tem a faculdade de transferir e manter o respeito e a disciplina da classe". Fui professora, dei aula por três anos. Não fui boa professora. Fui boazinha.

Este livro de Aninha segue o estilo dos blogs, por isso me pergunto, era ela uma blogueira ? O estilo de escrever falando do cotidiano revela uma faceta contemporânea, da era virtual.