Saite da Vida

Saite da Vida

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Complexo da Dor Social

(título do livro de Regina Carvalho)-

Deixei a postagem com este nome por se tratar da dor que a filósofa se refere.
"A pergunta do livro que terei que responder através deste estudo é justamente por que eu não compro a maça?
"Porque as pessoas permanecem querendo e desejando sempre, sem jamais comprar a maçã?
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Hoje estou cansada, triste e preocupada porque escorrego reiteradamente no vício da escravidão e da indiferença para comigo mesma , vida após vida. Na existência presente mergulhei na postura equivocada do status social, e de crenças ultrapassadas, e sigo a humanidade, repetindo padrões há milênios, tentando me ajustar à lente do outro.
Um casamento, que já em 1987, a minha psicanalista dizia que eu estava carregando o cadáver, que imagem forte! Na época nem entendi muito bem, mas já causou impacto. Hoje nem isso causa porque é uma certeza.
Insistimos, mas não deu certo, ainda não desistimos de verdade, pelo menos oficialmente. Somos muito diferentes, nenhum é pior ou melhor, apenas pessoas diferentes. Pelo contrário, convivo, ou melhor dizendo convivi, por mais de trinta anos debaixo do mesmo teto, com um homem responsável com a vida, que herdou ética do pai, que tem as qualidades e defeitos do homem brasileiro, que vive também igual a humanidade , sem muitos destaques individuais, fazendo o mesmo há milênios, sem nenhuma criatividade, como eu. Será a Normose a onda gigante do século, que abocanha com sua crista, levando toda a humanidade rastejante no chão do conformismo e da indiferença? Deixando de fora apenas aqueles poucos que alçaram o vôo da aventura de ter coragem de experimentar viver a própria vida, usando a própria lente?
Sou capaz de afirmar que ele é melhor que a maioria, e a balança ainda está em equilíbrio, quer dizer estamos algemados por conveniências. Está faltando coragem para um de nós dar o ponta pé, isto significa alguém abrir mão de bens materiais, que é o que nos aprisiona.
Sinto-me desmotivada, cansada e querendo encaminhar os filhos para suas vidas profissionais, torná-los independentes, porque quando isso acontecer, gostaria de ter uma folga, poder viajar um pouco, não me preocupar com parceiro, não precisar ceder, ou fazer o que o outro quer. Quando vejo um amigo que seja dizendo, "não o meu santo não bate com o dele", me sinto mal, como se estivesse em domínio de alguém, mesmo amigo.
Ontem estava dizendo para meu filho, que no próximo final de ano não quero estar preocupada com a casa (comercial ou particular) dele, quero escolher o local onde vou passar o final do ano, me sentindo livre. Ele olhou bem sério e surpreso para mim e perguntou, é sério que você pensa mesmo assim? Estou presa numa armadilha criada por mim mesma, ainda achando que devemos ajudar os filhos se estruturarem financeiramente, emocionalmente. Melhor, acho mesmo que temos esse dever, mas não ficar arrumando mais pretextos para não sair da armadilha. Quanto ao encaminhamento deles diria que está encaminhado, vamos dando o peixe, enquanto se aprende pescar, mas não a peixada. E enquanto a gente vai dando linha eles vão rodando o carretel.
Tenho a amiga Regina Carvalho que me presenteou com seu livro Complexo de Dor Social, ainda não li o livro, folheei-o, mas hoje estou mais uma vez me questionando porque me subjugo de forma suicida ao sistema, um câncer não é uma doencinha é o resultado da minha indecisão. Mudar posturas segundo ela está ligado às perdas, então perder o que nunca tive, por exemplo a felicidade? Porque me iludi tanto, quando sentia a verdade nos meus ossos que desmantelava, até que desmantelou de vez em 2006? Estou sendo burra e teimosa desde sempre, quando me casei era nova e inexperiente, lá pelos trinta e sete comecei tomando consciência, pelos cinqüenta já era macaca velha, e ainda estou nessa? Acorda Maria Helena, deixe a felicidade te levar. Talvez por isso tenha me identificado com as músicas da Tereza Cristina ontem no Jô. Foi esta postagem anterior que me trouxe inquietação, as músicas dela me tiraram o sono, porque alguma verdade estava e está me cutucando.
Também um email que recebi da querida amiga autora do livro Complexo da Dor Social, diz que "não existem mistérios na vivência da felicidade ou do gozo pela vida, apenas o desejo em sê-lo. Uma vez que se dê o comando ao cérebro, todos os sentidos entram em ação, e aí, minha querida amiga, dane-se o mundo, pois tudo que se vê, se ouve e se sente é o desejo de viver em plenitude e isto não significa não ser uma pessoa responsável, amorosa e dedicada ou uma pessoa que abra mão de tudo material ou que possa ampará-la e muito menos faz dela uma egoista e indiferente aos demais. Ao contrário, pois aumenta o grau de consciência e de respeito ao tudo do todo no qual ela está inserida sem, no entanto, fazer de sua vida uma escravidão existencial".
Quando poderei comprar a maçã e comê-la? Espero que breve.


Blog da Regina Carvalho:


Tristeza&Felicidade

A felicidade é passageira, a alegria pode ser eterna porque é um sentimento divino, mas quanto à tristeza, sentimento da propriedade do ego, precisa ter talento para lidar .

Por isso é importante ter técnicas para combatê-la, oração, meditação, e também, fazer como a Tereza Cristina fez, dar um olé na tristeza, convidando-a para dançar numa malemolência carioca.

Esta mulher tem sabedoria para lidar com sentimentos, em vez de negar a tristeza personificou-a encarando-a de frente, conversando com ela, iludindo-a para que ela de tão iludida ficasse com raiva e fosse embora deixando em paz. Na vida temos que fazer isso algumas vezes...

É que estive assistindo o programa do Jô.

Nesse caso, "A Felicidade", estava lindamente triste, e a Tristeza alegre, segundo autora Teresa Cristina.



segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Parabéns Arlete!

glitters

Recados, Fotos, Imagens - Torpedo Gratis

Quero deixar aqui um abraço para minha cunhada Arlete.
Arlete uma mulher que tenta vencer a saudade de uma filha que partiu para a espiritualidade em tenra idade, mas que como um Anjo de luz, caminha lado a lado da mãe, pai, irmão e avós, minimizando a saudade e dor, transformando esta experiência em oportunidade de renovação e crescimento espiritual para ambas.
Quero felicitá-la pelo dia que nasceu e pela Arlete que está nascendo como uma estrela a brilhar entre aqueles com quem convive. Acho que sua filha está se sentindo muito orgulhosa da mãe que tem. Parabéns!

sábado, 13 de novembro de 2010

Como Adoeci e Como me Curei: Usando Batom Vermelho




Ademar e Dona Juraci 1/01/2007

Regina e netos

Durante todo o ano de 2005 sentia a minha saúde alterada. Dores de cabeça parecidas com enxaqueca, mas com sintomas na nuca do lado esquerdo, apresentando alterações de pressão, o que assinalava mudanças drásticas na minha saúde, mas que não dei atenção, obcecada que estava com o curso. Tinha retornado à faculdade no terceiro ano, após quatro anos de matrícula trancada. Pensava comigo: desta vez concluo o curso. E na teimosia, não encontrei tempo para pesquisar as causas das minhas dores. Cheguei em 2006, já aumentando a quantidade de remédios para dores de cabeça. De um comprimido por mês, tornou-se um por semana, indo de um por dia, chegando durante todo o ano a consumir dois, três até sete ao dia. As dores de localizadas, passaram a salpicar em todo o crânio, aqui e ali e pelos ossos chatos do meu corpo, quadris, omoplatas etc. Eram dores como agulhadas. Em outubro comentei na sala de aula que naquela noite estiquei o braço acima de minha cabeça para apertar o interruptor e fiquei com a impressão de ter quebrado a costela, mas brincando, porque imagina, não se quebra um osso desta maneira. Atendia uma paciente no CPA, Centro de Psicologia Aplicada que se recuperava de um câncer.

Eu e Viramundo (dezembro 2006)

Eu a olhava me sentindo aindamais doente que ela, e pensava será que tenho câncer também? Cheguei a procurar nos corredores da faculdade um neuropsiquiatra, pensando que estivesse com depressão; numa de suas aulas comentou de uma paciente sua portuguesa, uma senhora de setenta anos, empreendedora, dinâmica, que passou por um momento de desânimo, perdendo as energias, ficando apática, sendo por ele tratada com antidepressivos, se recuperanado voltando às atividades. Sarou. Pensei comigo pode ser o mesmo. Cheguei a tomar três comprimidos, durante três dias seguidos, porque inconscientemente queria dormir, e o remédio era para despertar.

Quimioterapia no OCC

Abandonei-o pois não obtive um resultado satisfatório. Em novembro, certo dia, acordei cedinho olhei-me no espelho, e o meu rosto estava cinza cadavérico mesmo. Fiquei assustada por alguns minutos, mas me maquiei, fiquei com a face bem vermelha, aquele dia até exagerei na maquiagem, coloquei roupas vermelhas, queria ter sangue nas veias correndo pelo corpo, pelo rosto, por tudo e espantar a cor de mortalha que vi em mim. Já estava sofrendo de insuficiência respiratória. As minhas unhas apresentavam-se quebradiças, cheias de nervuras e linhas convexas nas extremidades das unhas, bem branquinhas, outra vermelhinha, e mais alguma degrade, em seqüência. As colegas me olhavam e diziam, Maria Helena, porque você não procura um médico? Ao que dizia sempre: No dia primeiro de dezembro, após o ano letivo vou fazer isso. Estava planejando matematicamente, que até março teria me recuperado. Imagina que tivesse sofrendo do coração, pois minha madrasta tinha apresentado após um stress problemas nas coronárias tendo que trocar quatro válvulas. Ela que quase morreu ficou bem, eu ficaria também. Em março estaria novinha em folha para terminar o quinto ano.

Colegas de grupo do quarto ano

Passei a voltar para para casa (22 Kms) pra descansar um pouco, ao meio dia. No começo ficava em casa até as 14 hs, e no final, eram 17 hs e eu ainda permanecia em casa, sem vontade de levantar-me e voltar aos estágios. Luke, ficava preocupado, às vezes perguntava-me, você está se sentindo bem mãe? estou com a cabeça doendo, mas os remédios não me curam mais delas. Certo dia levou-me ao consultório do pai, medindo a pressão, estava bem alta.

Nós, visitas de cunhados, irmãos e sobrinhos

em maio de 2008

Mas a monografia precisava ser concluída, não tinha como parar... No dia quinze de novembro, sexta feira, seis horas da tarde, comprava lanche para deixar para a família, e prontinha para voltar para a faculdade e fazer uma prova de psicopatologia, torci o pé, mas não ficou machucado, em compensação fraturei a coluna, depois descobrimos tratar-se de fratura patológica. Não fui fazer a prova, e sábado de madrugada fui hospitalizada, com insuficiência renal e respiratória. Uma semana após com todos os exames prontos, já tinha o diagnóstico: Mielloma Múltiplo.


O médico deu-me a notícia no quarto lá pelo dia vinte e dois de novembro. Disse-me à queima roupa: - "Maria Helena, você está com um tumor, mas agora precisamos saber qual é a doença de base". Isto é, você tem um comprometimento ósseo, mas o seu câncer pode estar em algum órgão. Minha família a esta altura, quatro dias depois, desestrututrada, não se lembrava de me trazer roupas para vestir. E eu também não tinha energia para pedir, preferindo até ficar com as roupas da Santa Casa da cidade, pois era mais fácil de colocar e tirar, pois o que sentia eram terríveis dores nas costas, pois tinha contratura muscular.
Mas no dia da grande notícia, enguli o choro e pensei, preciso dar a volta por cima, passar um batom e sorrir, tenho que mostrar a todos que estou bem e vou me recuperar. Por nem um momento passou pela minha cabeça que pudesse morrer. Tinha fé em Deus, fé nos meus amigos, fé no meu grupo de estudos e oração. Luke chegou ao quarto assim que o médico saiu, perguntando-me: Está tudo bem mãe? Sim está, vacilando um pouco, com vontade chorar, mas preferi conter o choro, mas disse que morrer não seria ruim, frente à luta que teria que travar a favor da vida ao que respondeu: Você está desistindo muito fácil.

Olivier no mês de Dezembro cozinhou para toda a família

e visitas junto da Elza e Juliana, nos finais de semana.

Ju é a minha norinha.


Pensei que ele tinha razão, e no dia seguinte pedi à Connie que me trouxesse o batom vermelho pois para mim batons vermelhos sempre foram um santo remédio para levantar os astral, sempre me curou de todos os males e crises. Dizem até que em épocas de crise em um país o consumo deles aumenta. Se você levantou-se mal, desanimada, use batom e saia pra ver se tudo não melhora. Você fica boa rapidinho.

Malu veio visitar a Dona Jurema em janeiro de 2007

Em meio à minha palidez e olheiras, o batom chamava ao ânimo e animava a quem me visitava. Assim encorajei aos meus filhos.

No final de dezembro comecei radioteapia, durante 2007, fiz a quimioterapia, e início de 2008, o transplante.

Alguns de meus tios maternos e meus filhos

Lembro-me vagamente de meus irmãos chegando de Belo Horizonte, Mato Grosso, e até da China, onde morava Viramundo. Quando minhas amigas da faculdade vieram me visitar pela segunda vez, deram a notíciapara os professores, "ela já até passou um batonzinho", isso significava que meu ânimo estava melhorando.

Meus tios a quem não os encontrava há mais de vinte e cinco anos, vieram me visitar para uma última despedida, assim correu a notícia. Adorei encontrá-los, os irmãos de minha mãe; muitas vezes a doença permite estes resgates.... Estes dias passaram a me visitar outra vezes.

Em agosto de 2007, procurei o Máximo Ghirello, iniciando um tratamento com fitoterápicos, e a Melissa Oficcinalis foi o passe mágico para me trazer de volta, por até cinco horas de sono, devido a quimioterapia que me deixava elétrica.

Entusiamei-me com as plantas, pedindo-lhe um jardim de ervas em casa. Foi assim, que construímos este jardim editado no blog da família Ghirello.

19 de Maio de 2008, inauguração do jardim

O meu empenho em restabelecer a minha saúde foi pautado em cada momento que vivia, em cada pensamento, varrendo todas as folhas secas que o vento do desânimo traziam aos meus sentimentos.

Participei na reunião de preces na casa de Seu Plínio Ghirello uma semana antes, sendo que a única queixa que os levava era a do cansaço, uma semana voltava em cadeira de rodas, com colete, para proteger a coluna. Eles pensaram que estava na cadeira por algum motivo mais simples, e que o colete era uma questão de moda. A Leni comentou com outra pessoa do grupo: "Dessa vez a Maria Helena exagerou um pouco".

Eu tinha um trato com a minha consciência quando comecei a freqüentar o grupo "eu posso perder prova, perder qualquer atividade, mas não pretendo deixar de comparecer neste grupo uma única vez.

Recebendo os convidados

Se nunca faltei, agora mais do que nunca, tinha que freqüentá-lo e continuar orando, pedindo ajuda a Deus e à espiritualidade. Foi assim, com o meu esforço pessoal em manter o otimismo, com a ajuda da medicina, da minha família parentes e amigos, do grupo do seu Plínio físico e espiritual, e Deus acima de tudo, que hoje estou aqui relatando um pouquinho do que me aconteceu. E a minha vontade de viver em tão boas companhias levou-me a compartilhar através do meu jardim, com mais de quinhentas pessoas que vieram à minha casa participar das aulas com o professor e herborista Máximo Ghirello . Tenho muito a agradecer à esta querida e generosa família, a minha vida.

Seu Plínio e Dona Carlina



terça-feira, 9 de novembro de 2010



Selo Dardos

Recebi este selo da Borboleta, "Voando como Borboleta. É o meu primeiro selo, obrigada!


Muito Obrigada querida Borboleta!

"O Prémio Dardos é o reconhecimento dos ideais que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc... que em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, e suas palavras."

E as regras são:
- Exibir a imagem do selo no blog
- Exibir o link do blog que você recebeu a indicação
- Escolher 10, 15 ou 30 blogs para dar a indicação e avisá-los.

Encaminho o selo para os seguintes blogs:


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Canções das lágrimas



Este título faz parte do livro do Wagner Borges Cia. do Amor. Tudo que há de mais bonito encontro nos livros dele, e intencionalmente pensando em escrever para ela, abri o livro das inspirações celestes. Porque para falar da dor de alguém, preciso da inspiração divina.


Isto tudo porque tenho uma amiga que está passando pela dor da perda de um netinho. É uma pessoa muito querida que chora as lágrimas da saudade de uma alma que voou para os salões celestes, para participar da festa da imortalidade e ouvir as canções divinas. Esta amiga tem muitos, muitos amigos que a seguem. É uma professora, uma mulher querida de seus familiares e amigos. Quero dizer que a passagem de um bebê pela terra em tão pouco tempo, se deu pela pressa do danadinho voltar para o céu da alegria e brincar com os anjos. Deixo a ela um abraço carinhoso, lembrando que na vida tudo passa. Logo os familiares que são jovens reconstruirão outra relação de amor filial, ficando o aprendizado com este bebe eternamente filho amado, desejado e querido. Mas há uma Vontade Maior que a tudo vê e conhece a razão deste retorno. Paz e Luz para você Lúcia!