Saite da Vida

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domingo, 1 de agosto de 2010

...artesão de massas

...artesão de massas



O que me encanta neste artesão é a dedicação nos seus trabalhos. Quando trabalhava em casa, na grande mesa de madeira da sala de jantar eu podia observá-lo, aqui do computador através dos vidros, a concentração com que fazia suas massas. Meu olhar de mãe percebia um ser em meditação. Naqueles momentos ele se abstraia do mundo e numa posição ereta, muito elegante, trabalhava com delicadeza suas massas como se tivesse realizando um trabalho de escultura de massas. Após sua formação no SENAC de Águas de São Pedro, foi trabalhar em algumas fábricas de da região de Campinas. Era admitido como auxiliar de cozinheiro, auxiliar de massas, masseiro, trabalhando com pessoas que moraram na Itália por alguns anos, para adquirir a técnica. Nós não somos descendentes diretos de famílias italianas. Nossa origem é mineira. Hábitos italianos foram sendo incorporados aos poucos em nossa vida. Oli assimilou a origem da cidade com "Passione", terra do vinho, da fala gesticulada, da risada solta no ar, da fé católica, do sotaque italiano, das "veradas" e "bondiornos". Entretanto, continua sendo um "pássaro triste", silencioso, bom de coração, afetuoso com sua namorada e cãezinhos, o mesmo menino de trinta e três anos atrás. Nasceu lindo como um príncipe, eu dizia que ele se parecia com o James Bond quando veio para o meu quarto na maternidade de Campinas, com uma venda branca nos olhos. Nasceu com icterícia e tomava "banho de luz" como tratamento. Mas deixava ver o contorno de seu rostinho talhado com perfeição, seus lábios desenhados por Deus com um formato ligeiramente sorridente. Sua bochechinha redonda já dizia que seria um belo rapaz. Foi crescendo discreto, com o sorriso de escanteio, andando e falando rápido. Começou andar aos oito meses, falar aos dez, e só o ciúmes da segunda irmã que veio dois anos depois revelou um menino impulsivo. Mas diria que a culpa foi da mãe que depois de carregar um garoto de quatorze quilos no colo até um ano e meio, e dar-lhe atenção direta, foi substituído no afeto por uma jovem mãe, feliz por ter uma menina que se apaixonou pela bonequinha. Trocando de afeto como quem troca de namorado, relegando o bebê aos cuidados da babá. Nestas alturas já eram três para eu cuidar. Um dia ele recebeu afeto por inteiro, e a minha presença constante no lar, sempre buscando a fé desde os meus vinte e quatro anos fêz com que nossa família se salvasse, está se salvando... Sempre digo no aspecto psicológico e divino, que é o que realmente importa. Sou como uma sentinela no lar. Atenta, embora muitas vezes falte atitude. Ultimamente as minhas orações não passam do telhado, não conseguem furar o teto da minha casa e chegar até Deus. Algumas vezes voavam como um supersônico, singrando o espaço, atravessando as nuvens, a extratosfera, atravessando os múltiplos universos até encontrar Deus, que estava e está dentro de mim, e não está dentro de mim. A vida é uma escola, e como meus filhos também estou aprendendo a viver em Deus e por Deus. De que adianta grandes conquistas artísticas, intelectuais, políticas, acumulativas materiais, se não encontramos a Deus? Vai ser uma tremenda decepção chegar no além e se perguntar: Por que não amei mais? Esta é a pergunta que a grande massa de equivocados fazemos, já aqui na terra. Lá nas Moradas do Pai certeira.

Muita Paz e Alegria neste dia de Agosto. Que este mês lhe dê muita alegria e realizações!