Saite da Vida

Saite da Vida

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Insônia do dia


Que horas são?
Faz tempo que deitei.
RISS? não tem porque não dormir,
Mas não durmo,
Já virei e revirei na cama,
Já desassoguei,
Com minhas ideias soltas,
Indo de parede a parede,
esbarrando nas pessoas,
Que nem imaginam o assédio,
Não porque a globo noticiou,
Porque ideias encostam nas pessoas,
Nem mesmo entram em suas cabeças,
Apenas atravessam seus cabelos,
O resultado das conversas do dia,
Que batem que nem bigorna,
Provocando cefalalgia,
Substantivando a dor.
A natureza está em paz,
Em noite absoluta,
Apenas o barulho do ouvido,
Quem nem a ciência comprova,
Se o zumbido do ouvido é de todos,
Ou de algum distúrbio neuronal da pessoa que vos fala,
O fato é que enquanto penso, as linhas aparecem,
Delineando palavras que vão e vão,
Ocupando as paredes do quarto.
As paredes estão todas em verso,
E no reverso as palavras se desmancham escorrendo pelo chão,
Passando debaixo da porta do banheiro,
Descendo pelo ralo,
E não deixando rastro.
Adeus mais esta insônia,
Que para sempre ficará esquecida,
No montão de palavras e pensamentos,
Que um dia encontrarão todos os dejetos insanos e putrefatos,
Dos pensamentos descartados da humanidade,
Correndo como um rio podre para as águas salgadas do mar,
Reciclando a natureza de toda bestialidade humana,
Assassinado? Não, assinado: Maria Helena Morais.

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