Saite da Vida

Saite da Vida

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Um Casal Romântico à Moda Antiga












Minha filha acaba de chegar da balada e comenta que se eu não estou tendo enjoos e dor de cabeça, podemos viajar para Minas hoje mesmo (agora são 2:30 h). Digo que estou em pé exatamente por conta do mal estar. Ela diz: Ah! meio decepcionada. Fazer o que né!
Connie cozinha um macarrão e come ao som do vídeo que seu pai faz uma homenagem de Feliz Natal para seus clientes e eleitorado. Comenta que faz quatro meses vem sonhando que seu pai vai morrer e diz: Não sei o que será de minha vida se eu perdê-lo e a você também. Percebo que este é seu maior terror. E eu me preocupo, o que será desta menina (34 anos). Quando passei por dificuldades no matrimônio em 1992 sonhava diariamente com ela. Só que ela era uma menina entre 4 e sete anos. Nos sonhos ela abraçava a minha perna, o meu corpo, como se sentisse medo. Mas eu percebia que o medo era meu e eu era ela. Havia uma simbiose de sentimentos e percebo que esta simbiose ainda existe, nossos sentimentos são de insegurança. Medo de morrer eu não tenho. Tenho medo de ficar órfã de novo. Acho que já mencionei essa episódio da minha infância aqui.
Essa imagem foi o Rômulo Coutinho quem a desenhou na Expoflora de 2014. Cheguei nele primeiramente. Pedi-lhe que me desenhasse, e comentei com ele que meu marido estava na galeria de saída, e assim que saísse ele o desenharia a meu lado. E que havia me preparado para este momento em casa. Que hoje ele nos desenharia juntos. E eu sempre  me produzo num estilo romântico sempre que compareço a esta festa esperando o momento do desenho com o Bruno. Às vezes pode acontecer de outro desenhista fazer o trabalho. Mas o Bruno tem a sensibilidade de captar o que o cliente deseja. Ela lê o nosso coração. Ele nos desenhou tirando nossas imperfeições, nos deixando jovens e bonitos. E nos fez um lindo casal romântico  

Muita Esperança


Foi o que desejei para todos da sala de quimioterapia. Nesse momento acordo com dor de cabeça. Tomo dois Cefalives para que a dor passe e eu possa continuar dormindo. Enquanto isso ficar sentada e escrevendo ajuda a passar ou esquecer a dor. Os remédios que tomei hoje podem provocar dor. O CEFALIVE provoca náuseas, então bebi um Leite de Arroz chamado Biov, da Jasmine junto com uma barrinha de cereais.
Também estou com contrações nas costas, ou seja, leve compressão de Medula Óssea.
Minha filha acaba de chegar da balada e comenta que se eu não estou tendo enjoos e dor de cabeça, podemos viajar para Minas hoje mesmo. Digo que estou em pé exatamente por conta do mal estar. Ela diz: Ah! meio decepcionada. Fazer o que né!
Connie cozinha um macarrão e come ao som do vídeo que seu pai faz uma homenagem de Feliz Natal para seus clientes e eleitorado. Comenta que faz quatro meses vem sonhando que seu pai vai morrer e diz: Não sei o que será de minha vida se eu perdê-lo e a você também. Percebo que este é seu maior terror. E eu me preocupo, o que será desta menina (34 anos). Quando passei por dificuldades no matrimônio em 1992 sonhava diariamente com ela. Só que ela era uma menina entre 4 e sete anos. Nos sonhos ela abraçava a minha perna, o meu corpo, como se sentisse medo. Mas eu percebia que o medo era meu e eu era ela. Havia uma simbiose de sentimentos e percebo que esta simbiose ainda existe, nossos sentimentos são de insegurança. Medo de morrer eu não tenho. Tenho medo de ficar orfã de novo. Acho que já mencionei essa episódio da minha infância aqui.


Na Sala de Quimioterapia 14:17 terça feira


Estou aguardando os enfermeiros trazerem os medicamentos de químio aqui no ambulatório MERECA (Medicina Regional de Campinas). Tento adicionar uma foto mas não está sendo possível. Luke Filho me trouxe para a quimio mas não teve a devida paciência para ficar comigo. Ele atrasou a viagem com a namorada por conta do meu tratamento. Assisto Vídeo Show  e vejo Otaviano Costa apresentando pr programa animado como sempre. Enfermeiros entram e saem da sala, e conversam ao telefone. Percebo que estão em rítmo de véspera de feriado
Abraçam se despedindo, saindo de férias nos desejando Feliz  Natal. É troca de expediente. Restam agora dois novos enfermeiros.  Um deles me cumprimenta. Mede minha pressão e temperatura
É um rapaz. Uma moça, a de quase sempre me oferece água. Eu aceito. Um senhor gordinho aceitou capuchino e come a bolacha oferecido por ela. Mesinhas de Rodinha entram e saem da sala,  com bandejinhas de inox. O uniforme verde água, com  aventais de pano e papel sobrepõem à roupa de trabalho. Escrevo  com  o olhar de uma estilista facilitando o trabalho do cineasta que fará o filme do meu blog. Rsrsrs. É verdade, até conversei com um jornalista blogueiro espiritualista pedindo-lhe que me ajudasse na escrita do meu livro, mas ele acha que é uma tarefa difícil. Uma hora eu consigo escrever o livro.
Uma psicóloga muito simpática conversa com uma recém chegada paciente que porta câncer de mama. Está tristinha. É um baque entrar em contato com tal diagnóstico. Um enfermeiro já conversou com ela colocando-a à parte de todos os procedimentos, medicamento que tomará, as reações que poderão ocorrer , telefones e hospitais que poderá procurar em casos de necessidade. Sua filha acompanha tudo silenciosamente. Tento mostrar o meu blog a ela antes de ser atendida pelo enfermeiro e psicóloga. Acho que já iniciará a  sessão de químio hoje. As mulheres que fazem o tratamento de mama, sofrem mais que a maioria dos pacientes com mal estares e efeitos colaterais.

Logo mais paro de escrever porque as minhas injeções já estão sendo preparadas.
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Mesmo com a mão esquerda tento escrever. Não é tão simples. Já está quase no fim o medicamento que tomo todo mês o Zometa (ácido zoledrônico). 
Zometa é líder mundial no tratamento para reduzir ou retardar complicações ósseas em pacientes com câncer avançado que se espalhou para os ossos em uma ampla variedade de tumores sólidos, incluindo câncer de mama. Mesmo pessoas que têm osteoporose fazem uso deste medicamento por ser mineralizante. Em todo caso restringe o número de fraturas ósseas. Deus me livre delas!

domingo, 21 de dezembro de 2014

O Poeta é um Curador de Almas


As poesias são poções sintetizadas da dor, alegria, fé e amor. O poeta reúne em frascos, as histórias contadas nos jornais, nas revistas, nos canais de TV e no microcosmo humano. A matéria prima da poesia são todos os sentimentos de paz, amor e turbulência que se passa na natureza humana. Cada alma é um universo, um planeta em que ocorrem as eclipses, os cataclismas, as  explosões estelares, pois cada um de nós é uma estrela que nasceu com a função de brilhar. Ora estamos um planetinha obscuro nessa miríade de estrelas, ora uma Ursa Maior.
O poeta é um ungido por Deus para captar a inteligência divina por frações de segundos para nos contar em versículos o pensamento divino.
Os poetas me ensinam com suas poesias que o pensamento divino nos chega como frestas de luz, com fachos de pensamento rápidos e curtos. Se nossa memória é falha, temos o lápis e papel para registrá-lo em uma caderneta , ou então o teclado e o word, os blogs ou faces books. A escolha da mídia é pessoal. O poeta é uma ponte entre o divino e o humano.
Sem os poetas eu seria uma pessoa mais triste. Eles são médicos da alma humana e estão espalhados por cada cantinho da terra ministrando suas poções milagrosas libertando o ser humano de suas dores. São médicos enviados por Deus e já convivem conosco no livro mais antigo da humanidade, a bíblia. Eles nos tiram da cama e dissipam as nossas dores de cabeça. 
Como eu preciso desse santo remédio, a Poesia!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Eu acabei de morrer, para onde vou?

Foto que tirei na Expo Flora de 2014
Nesse momento meu marido pediu um texto de pesar para escrever no Face Book em homenagem a colega político que morreu hoje de câncer. Este amigo trabalhava nas secretarias da cultura dos governos locais e já trabalhou no Estado também. Não o conheci, mas tudo indicava ser uma pessoa feliz que aproveitou este aspecto da vida. Mas podia ter um lado sofrido também, e a vida lhe exigiu usar uma máscara em muitas situações. Ele era gay e vivia com um companheiro. Ser gay nesse mundo preconceituoso deve ser muito sofrido. Mas acho que ele chorou, cantou, dançou e viveu intensamente.
Sempre visitei cemitérios quando morre alguém. E a vida inteira me coçava de vontade de tirar fotografias do velório, não do morto que na verdade nunca gostei de chegar perto. Mas recentemente em Condado houve uma morte de muita repercussão nacional, com honrarias para o morto que morreu como herói nacional. E como repórter e jornalista por instinto, fiz uma matéria, editei um filme de moção de aplauso para Da Vinci passar na Câmara e tirei muitas fotos. Era mês de novembro pouco depois do feriado de finados, e o cemitério virou um cenário maravilhoso. Tirei  fotos bonitas do local em um dia fúnebre. Ficaram lindas e felizes. Separei algumas para a postagem.




A última foto está mais tradicional e conservadora. Acho-a mais triste e esta não me agrada muito. Parece que os mortos estão mortos mesmos se revirando debaixo dos túmulos entre vermes e sussurros de desespero. Mas as primeiras me parecem canteiros de arte, me remetem ao paraíso. Nesta outras eu os vejo chegando ao céu, sendo recepcionados por Jesus, pelos familiares e amigos que o anteciparam nesta jornada para o céu. Este céu chamo-o de umbral. Você pode ser recepcionado em um hospital por espíritos que ainda estão em evolução, praticando a caridade através da arte da medicina e enfermagem.

Nesse caso, um rapaz morreu atropelado e chegou com dores fortes e muito machucado. Uma ex enfermeira desencarnada de uma cidade do Triângulo Mineiro aplica-lhe passes. Suas dores são minimizadas. Ele ainda não sabe que saiu do plano terreno onde cumpria uma função. Seus pais, da enfermeira, são estudiosos da doutrina espírita e em espíritos recebem a permissão de visitar o filha. Esta visita acontece dois anos depois de sua morte. Poderia ter ocorrido antes, mas apenas nesta ocasião estavam em condições, as duas partes de receber a visita. O socorrido ainda encontra-se em coma, mas os percebe meio sonambulado. O médico foi grande político na cidade no início do século XX até 1973. Não era espírita mas muito querido pela população. Construiu grande parte da rodovias do município. Antigamente os médicos eram cuidadores de família, mais parecendo sacerdotes. Ele foi amigo e médico de meus avós que eram fazendeiros. Eu o conheci em criança e lembro-me de quando minha avó levou minha irmã para consultar com ele. "Ela tinha lombrigas" disse ele. Sentia dores que poderiam ser início da inflamação do apêndice, tendo sido operada anos depois.
A enfermeira morreu com câncer na cabeça dentro de dois anos da doença.
Os quatro do desenho trabalham em uma casa espírita da cidade da cidade mineira do Triângulo.. Estão na foto (desenho) a enfermeira, e o médico que foi um dos fundadores da casa no plano espiritual e os pais da enfermeira que são vivos aqui no plano terreno. Os pais dela ainda não morreram, ou seja não mudaram de plano. Este acontecimento se deu em mensagem mediúnica. Um frequentador da casa que é vidente pode acompanhar o evento e o desenhou para ilustrar o trabalho que realizam. Este hospital paira sobre a cidade de mineira na Colônia de Aprimorada, esfera espiritual. 
Colônias são cidades espirituais que recebem espíritos desencarnados. Cada uma tem uma especificidade. Algumas são especializadas em suicidas, toxicômanos, nas artes, nas ciências em geral. Este hospital é um pronto socorro espiritual. As cidades ficam localizadas em esferas enérgicas do planeta Terra; esta o rapaz disse que ficava a 3000 km acima da Terra,no Triângulo rumo à cidade dos personagens. 

Nesta sessão espírita estão presentes todos os personagens citados. O médico de óculos, cuidando de uma pessoa cliente da casa, a enfermeira desencarnada à direita, o médium que descreveu a cena hospitalar à esquerda, sentado à mesa. O barbudo é um Capuchinho italiano que no início do século passado foi designado a morar na cidade mineira. Ele fundou a igreja local e a casa espírita em 1975, para atender o sofrimento de três mães que perderam seus cinco filhos entre 12 e 15 anos de acidente de carro na rodovia, criada pelo próprio médico. Ele foi deputado federal na época em que viveu.


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Consulta com o Oncologista e Expoflora de 2014

Bortezomibe é o nome, Velcade é apelido do remédio,
veneno para os nervos periféricos, mas mata as células cancerosas.

A noite que amanheceu  16 de dezembro, passei-a acordada editando o discurso de Marx Unicamp. E acabou o meu reservatório de energias. Nem me lembrava que dia 16 de dezembro teria quimioterapia. Semana passada também havia me esquecido. Se minha filha não me acompanha nessa empreitada teria perdido dois dias de tratamento. Dr Biscoito de Nata, meu lindo e querido oncologista me explicou que eu tomo 2,6 mg de bortezomibe. Estava olhando na internet este medicamenti custa entre 2 a 4 mil reais, uma única dose. O laboratório coloca no frasco 3,5 mg(ou ml não sei). Então precisa ter sempre um grupinho de pelo menos duas pessoas para não jogar no lixo o restante do frasco. Os laboratórios praticam essa malandragem para ganhar mais dinheiro, pode? A indústria farmacêutica está entre os grupos financeiros mais trash que existem. Primeiro na minha opinião estão os banqueiros, as companhias telefônicas, os usineiros, os grupos farmacêuticos, me esqueço de algum agora antes de comentar que o pior grupo mesmo são os governos do mundo inteiro. Cada vez mais estou com muito medo do governo brasileiro.

Quando cheguei no ambulatório de quimioterapia estava com dor de cabeça.Eu teria a consulta apenas dia 23 de dezembro. Pedi um remédio para a dor de cabeça e negociava a antecipação do meu retorno, porque meu marido viaja alguns dias antes do natal para Minas e eu gostaria de não ficar para trás, pois sendo minha consulta dia 23 de dezembro, corria o risco de acabar passando o natal sozinha em casa como já aconteceu em outras datas, por conta da químio. Numa destas vezes tomei alguns comprimidos de calmante e dormi desmaiada preocupando minha família quando chegou e não me encontrou bem acordada como sempre foi. Depois disso fiquei com medo até de remédio para dores de cabeça. Hoje ficou receitado tramau com dipirona, mas até o momento da químio a dor de cabeça sumiu. Melhor assim. Apenas agora à meia noite depois de ter acordado, pois fui dormir bem cedo hoje, às 8 hs. E minha filha comentou, agora você passará a noite acordada. Não quero, preciso descansar. O Dr não gostou nada do resultado dos meus exames. A taxa do hormônio da tireóide está muito alta, o que explica a minha preguiça, o meu desligamento, estar avoada, etc. Imagina se não estivesse, rsrsrs. A vitamina D está baixa. Isso provoca enfraquecimento dos ossos, passou-me mas uma receita de remédios. E agora esqueci-me, mas tem mais coisa errada no meio do caminho tinha uma pedra...Dá-lhe Drummond. Acho que deveriam receitar mais poesias para os pacientes, filmes bonitos, boas companhias, teatro. O dia em que o mundo for mais humanizado, os doentes e velhos serão mais bem cuidados. Quanto exposição de arte, companhias de danças e teatros se apresentam, feiras de ciências, e eu fico só na saudade. Meu marido nunca priorizou esse tipo de beleza na vida. E eu tenho saudades de algo que apreciei muito pouco. Nunca soube negociar meus interesses. E no momento estou muito focada em deixar minha casa organizada, terminada na decoração e manutenção, pois desde 1992 quando nela entrei para habitar, nunca havia sido feito nada para conservá-la. Em outubro do ano passado quando iniciei pintado o quarto de empregada para acolher minha filha de volta para casa, não parei mais. E ela foi para quase duzentos mil, fora os desperdícios com gente de má fé e aproveitadora.E agora no Natal estou tentada a não viajar para pintar as paredes. Fui na Expo Flora e voltei cheia de idéias. Escolhi uma linda cor, cinza urbano para o muro de minha casa, e agora revendo as fotos é que percebi que informação tirei-a de meu inconsciente, da minha visita à exposição. 

Expoflora de 2014

Expoflora de 2014


Expoflora de 2014

Escolhi um cinza mais claro, e como meu muro é mais baixo, vou fazer tirinhas brancas. Minha filha não concordou com as notas musicais. Por enquanto deixo só as tirinhas, e depois encontro um artista e faço o que quero. Na minha casa é assim. Aos poucos vou concluindo meus desejos.
Hoje pelo cansaço deixei de pagar o agendamento com a Magazine Luiza, o convênio MERECA de meus filhos (tem desconto para cooperado) e mais alguma coisa.
Amanhã meu marido me passará o discurso dele da Câmara e vou colocá-lo aqui. 
Acho que deixarei agora meu Saite da Vida tentar dormir até as 7:30 hs.
Hoje consegui unir um pouco de arte, beleza, poesia e realidade da vida na minha revista, apesar da falta de energia e das químicas necessárias para boa qualidade de vida. O cérebro e a alma superam qualquer deficiência física. Mas preciso recompor as energias para não esquecer de pagar as contas amanhã. E a primeira coisa é ir ao médico que cuida da tireoide.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

A miséria do mundo é feminina, porque?


Mulheres são punidas pela maternidade


Há o preconceito de gênero que se diz que as mulheres por serem meigas são mais propensas a serem cuidadoras. E que os homens têm perfis mais empreendedores e agressivos, sendo mais habilitados para cargos de maior competitividade e mais altos salários.
Isso caracteriza-se como preconceito dos ideais gênero, porque tem muitas mulheres muito competitivas e audaciosas e homens com características mais cuidadoras, pegando de exemplo os pediatras e geriatras.
As crianças desde a infância são orientadas para adotarem determinados comportamentos que as levam a fazer escolhas menos competitivas. 
Colocam-se a questão das multitarefas como uma barreira significativa para que as mulheres compitam de igual para igual aos homens.
A responsabilidade da casa ficaria por conta das mulheres. Como nossa economia é voltada para comodities, eu compito com mais um preço, então não quero incorporar nenhum custo extra decorrente da necessidade de substituir uma mulher por outra trabalhadora já bem treinada, por estar em casa por conta da maternidade. 
Alguém pode perguntar: Porque a mulher não adia a maternidade dos 20 para os 40 anos? Ser mãe aos 40 pode ser risco para a mãe e bebê. Então nas entrevistas vemos é que embora as mulheres sejam até mais estudadas que os homens, acabam escolhendo profissões que lhes dá mais flexibilidade e maior capacidade de conciliar a vida pessoal e vida profissional, o que a deixa para trás do mercado de trabalho. As mulheres preferem para sua carreira no caso da gerência média, porque da gerência média para cima, a briga se dá pelos cargos que conferem maior poder, e isso se dá com sacrifício da vida pessoal e profissional.
O salário das mulheres sempre está abaixo do salário dos homens em todo o mundo.
Nas classes mais baixas temos o problema da exclusão, incluindo principalmente as mulheres negras.
A miséria crônica está  80 % entre as mulheres com crianças até dez anos e 88% entre as mulheres negras. A miséria do mundo é feminina.
Se não conseguirmos incluir esses grupos no trabalho e na sociedade, não há como combater a miséria crônica e a fragilidade da infância.

Carmen Migueles, Coord. de sustentabilidade da FGV.
Dados apoiados na OIT, Organização Internacional do Trabalho.
Entrevista na Globo News