Jorge Pontual - Numa passagem rápida em Nova York, entrevistou a neurocientista, autora do Best Seller mundial A Cientista que Curou o Próprio Cérebro, Jill Bolte Taylor. Conteúdo exibido no programa Millenium da Rede Globo. Na entrevista que tem duração de vinte e três minutos, Jorge pontual comenta que o cérebro humano tem a capacidade de se recuperar e encontrar a felicidade. A cientista ensinava neuroanatomia na Universidade de Harvard. Sofreu um derrame há treze anos, perdendo as funções do lado esquerdo do cérebro. Com a ajuda da mãe, Jill levou oito anos para se recuperar e hoje é uma pessoa normal. Mas nesse processo, aprendeu como usar o lado direito do cérebro, onde segundo ela, existe um profundo sentimento de paz e felicidade.
HD= hemisfério direito
HE= hemisfério esquerdo
Ela amanheceu percebendo que um vaso sanguíneo do lado esquerdo do cérebro tinha explodido, levando-a a perder todas as funções cerebrais, no curto prazo de quatro horas. Sua mãe recebeu a notícia de que ela estava num "quadro estável". Pensou então que ia encontrá-la bem. Mas encontrou um corpo debaixo dos lençóis, um corpo que respirava. Levantou os lençóis, pegou-a no colo, e cantou cantigas de ninar, tratando-a como a um bebê. Não tinha o que fazer com ela. Com a ajuda da mãe, teve que reaprender tudo do zero, como um recém nascido. Novo processo de integração dela com ela mesma se iniciou, pois o cérebro tem a capacidade de se recuperar. Ela levou oito anos para se recuperar e hoje é uma pessoa normal. O hemisfério direito ficou intacto podendo sentir um profundo sentimento de paz e felicidade. O hemisfério esquerdo abriga a linguagem, onde reside a capacidade de criar sons e dar sentido a eles, permitindo que possamos nos comunicar. A linguagem é também a capacidade do auto-reconhecimento onde fica armazenada a individualidade, dados como nome, endereço, enfim o todo núcleo egóico do indivíduo. Perdeu todos os detalhes que a definiam como indivíduo, a noção de limites e espaço que esse corpo ocupa, o limite de onde começa e termina. Essa noção está guardada nas células localizadas no hemisfério esquerdo. Perdeu o monólogo interno que foi completamente silenciado, permanecendo em silêncio absoluto. A partir da ausência que a conectava com o mundo exterior, penetrou no momento presente, na experiência presente. A mente não processava lembrança do passado e não via perspectivas do futuro ou coisas importantes do mundo exterior. Penetrou na experiência do presente, no momento presente, experiência que lhe causou uma profunda paz interior e êxtase total, desencadeado pela ausência do mundo exterior tal como o conhecia. Tinha se libertado da responsabilidade, do emprego, dos relacionamentos. A bagagem emocional de trinta e sete anos havia desaparecido.
A ausência disso sucitou o que ela viria a escrever como a reveladora experiência que o Budismo denomina de Nirvana.
Jill Taylor diz que é capaz de reingressar nesse estado sempre que deseja. Quando perdeu o HE pode experimentar o momento presente do HD. Precisou reconstruir e reconectar os circuitos que haviam parado de funcionar no HE, contudo esse processo não reduziu o que aprendeu ao perceber que a paz interior está sempre presente. Assim decidiu não se achar tão importante no mundo. Com a ausência do monólogo interno e do ego pode adentrar o que chama de "magnífico estado de união com a existência". Algumas pessoas alcanção este estado com a meditação ou uso de drogas.
Após a cirurgia, esperou passar o inchaço e trauma sofrido pelo cérebro, reconstruindo circuito por circuito. A capacidade de se comunicar linguisticamente, requer uma combinação de circuitos diferentes. Habilidades diferentes dependem de circuitos diferentes. Ao pronunciar uma palavra, precisava juntar energia para produzir um som, que no início, saía como um sussurro quase inaudível, até que foi aperfeiçoando cada som. Por exemplo: a palavra cão, ou dog, ocupa um espaço no cérebro, para recontruir tal palavra no cérebro, precisou tempo e muito exercício, palavra por palavra,prestando muita atenção para entender clara e precisamente os detalhes do que alguém estava lhe dizendo. Quando o momento presente passava, ela não conseguia associá-lo com o momento seguinte. Após a cirurgia sua mente foi lentamente aprendendo a compreender a linguagem num nível mais complexo. O HE refutava aprender, resistiu muito. A leitura parecia uma prática completamente absurda. Era incapaz de ter pensamentos abstratos voltados à linguagem.
Por oito anos o aprendizado mais importante foi dedicado à linguagem. Queria aprender a falar novamente. Sabia que o tempo vivendo nesse corpo era finito, queria fazer o melhor para tentar se reestruturar e reativar os circuitos do HE. Demorou armanezar conversas para reutilizá-las em outro momento. Achou que compartilhar sua experiência era importante.
O seu braço esquerdo estava paralisado e o direito debilitado, dificultando o equilíbrio corporal. Redefinir as suas limitações de corpo e espaço também levou tempo. Ela se sentia enorme, porque não tinha noção da delimitação do seu próprio corpo. Trabalhou também as sua limitações corporais levando um bom tempo. Foi um processo gradativo até poder conseguir realizar duas tarefas simultâneas. Levou oito anos para perceber que tinha uma estrutura corporal sólida. Durante estes oito anos acreditava que era um corpo fluido, se considerando um ser energético. Interagia com a energia ao seu redor. Ficou muito claro que somos seres interconectados, somos uma só energia, a grande família humana. Acordar todos os dias pensando e assimilando e pensando isso como realidade nos possibilita orientar a vida assim. O HE nos separa e cada um passa a ser um indivíduo sólido. Passou a considerar que seja qual for o tempo que viver, está tendo sorte, algumas horas, semanas meses ou anos. Passou a aproveitar melhor o seu tempo, e acha que como caráter melhorou muito.
Aprendeu ter mais compaixão, mais aberta a erros e a aproveitar a similaridade entre nós, em vez de ressaltar tanto as diferenças.
É importante reconhecer que o cérebro pode se recuperar, e podemos melhorar a qualidade de vida. Se uma pessoa só pode se movimentar balançando, que faça a balanço com prazer, com alegria. Que faça o movimento do balanço muitas e muitas vezes com prazer. Se começar a exercitar o sentar-se, que repita este movimento inúmeras vezes até que consiga, sempre com entusiasmo. É importante o apoio familiar e da comunidade médica. Ninguém quer chegar a seu médico e ouvir dele, "sinto muito mas não há o que fazer". É importante que ele também acredite na recuperação, incentivando a família. No mínimo pode-se melhorar a qualidade de vida de qualquer pessoa, em qualquer condição que ela esteja.
Realça a importância terapêutica do sono. Muitas vezes a pessoa dorme muito, sendo que este sono é reparador, devagar a pessoa vai somando energias para o desempenho de tarefas futuras. O sono faz parte do processo de cura, precisa ser estimado, valorizado. Por isso quando alguém sofre um derrame e ficar dormindo, dormindo, é um processo salutar.
Ela queria ser ajudada a se reencontrar no mundo, queria que reavaliassem suas capacidades potenciais. Precisava ser incentivadas e lembrada das dificuldades do dia anterior, uma vez que não conseguia recordá-las. Identificava apenas, e tão somente o presente. Não conseguia reavaliar o passado e o futuro. Se na semana passada se sentou bem, precisava ser lembrada desse bom desempenho, precisava da avaliação e lembrança do observador de fora.
O HD analisa as situações amplamente, e o HE disseca em pedaços a realidade. É função do HE ser crítico, analítico e julgador. Uma parte dela era mesquinha e cruel. Começou a franzir a testa sendo que a raiva resultou numa resposta fisiológica. Quando experimentou a raiva não gostou de ter ativado o circuito da raiva, porque causou uma resposta fisiológica de tencionar o maxilar e o ombro edeixando peito ficou apertado e inquieto. Foi uma sensação horrível segundo Jill Taylor. Decidiu banir isso dela. Se um pensamento negativo chegava, se recusava a ter aquele pensamento. Hoje não manifesta mais aquele circuito fisiológico.
Há diferentes tipos de circuitos cerebrais. Há circuitos de pensamentos emocionais e fisiológicos. Há determinados pensamentos que sempre a deixavaram com raiva. O circuito da raiva dura noventa segundos até percorrer todo o corpo e dissipar. Se esta raiva permanecer por mais de noventa segundos, significa que escolheu, consciente ou inconscientemente a permanecer com este sentimento raivoso. Há sempre uma escolha entre observar a experiência e se envolver com ela. Pode-se sentir e disseminar a raiva.
A mesma coisa serve para a tristeza. Se alguém está sofrendo com a morte de um ente querido, estas ondas estarão constantes, se repetindo continuamente em seu circuito cerebral. Ao pensar na tal pessoa, o circuito da tristeza é estimulado, provocando uma resposta impactante no coração, levando a adentrar numa experiência dolorosa. Se pensar na pessoa , o circuito da tristeza durará noventa segundo até completar a volta e dissipar. Se ficou com a tristeza é uma escolha pessoal.
É possível observar os pensamento, se envolver com eles ou não. Se não desejar acionar tal circuito, dou um "passo à direita" e saio dele observando atentamente o que está á minha frente, quais os odores que sinto no meu espaço, a folhagem com suas minudências e cores, ou as frestas de luz que entram no meu quarto, a patextura da parede, ou a escanda rolante por onde desço ou subo, olhar das pessoas que cruzam o meu caminho, etc. A qualquer momento podemos trazer a mente de volta ao momento presente, assim os pensamentos invasores de negatividade começam a se recolher, se recolhendo e silenciando. Não que deixem de existir, eles voltarão a manipular , mas neste momento damos um passo à direita e voltamos ao momento presente.
A Oração da Serenidade, "Oh! Deus, dai-me forças para aceitar o que não posso e modificar, e coragem para modificar o que o que é preciso". Para modificar o que é preciso usamos o cérebro esquerdo. Lill defende o uso dos dois lados do cérebro, pois é necessário um cérebro equilibrado. Ela diz" Perdi o HE que é lindo, adquiri a consciência pura e reveladora do HD, precisando recuperar o HE, para voltar ser um ser humano funcional. Portanto se aspiro ser um ser humano saudável, preciso ter um equilíbrio cerebral. Ela diz no final da entrevista: "Quanto mais longamente escolhermos o mergulho no circuito profundo e pacífico do HD, maior será a paz que projetaremos no mundo e mais pacífico será o nosso planeta. E acho que esta idéia vale a pena".
Este filme foi visto no nosso grupo de oração que ocorre todas as quartas feiras, complementando uma aula sobre "Viver o Momento Presente", tema recorrente nos nossos estudos, objetivando a eliminação da ansiedade.
O filme foi passado por Plinio Ghirello Filho, para os netos do Seu Plínio, entre doze e dezoito anos que estavam presentes. Fiquei com a tarefa de trascrevewr o conteúdo, para o Seu Plínio preparar a aula para o grupo de adultos.
O importante neste filme, foi entender que para conseguirmos mudanças precisamos de atitude. Com atitude, vontade e ação conseguimos o que desejamos.
"A Cientista que Curou o Próprio Cérebro", best seller mundial por Jill Bolte Taylor.
Não foi este vídeo que assistimos, não consegui encontrá-lo na internete, mas este que apresento é uma palestra poética da autora.
Meu Derrame de Percepção1
Meu Derrame de Percepção2 (fala sobre a esquizofrenia)
Cure o Mundo
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