Finalmente acordei na cidade de veneza Paulista. Fico num hotelzinho familiar, muito simples porém muito aconchegante. Hoje ainda estou descansando de uma viagem muito estressante e cansativa, mais pela minha ansiedade que desarranjou meu aparelho digestivo, que pela viagem em si, que foi tranqüila, sem intercorrências Sabia que há meses estava tensa com a tarefa que me esperava, e que ia adiando, adiando, adiando, com medo de enfrentá-la... Tarefa que todas as minhas irmãs desempenharam muito bem, mas eu por ter a retaguarda de marido sempre fui mais acomodada e porque não dizer insegura? O dono do hotel conheceu meus pais desde quando éramos criancinhas morando no povoado de Bela Floresta, uma escadinha de cinco irmãos com menos de cinco anos de diferença entre os cinco. Portanto sou tratada como amiga parente, carinho e amizade. Por aqui, as pessoas são mais dóceis, humanas e amigas. Facilita uma série de perguntas que precisam de boas respostas para evitar contratempos familiares, já que somos em oito irmãos, várias madrastas, muitas histórias que se interpenetram formando uma teia imensa de informações... estou aqui para tratar do meu imposto de renda que ainda não foi declarado. Em dois mil e oito não declarei e agora em dois mil e dez também não. Dois anos sem declarar são adicionadas estrelas, declarando a terra como improdutiva, e o governo se apropria delas, apesar de toda terra ser lavoura. Faz muitos anos que deveria trazer para Veneza Paulista o serviço de contabilidade, mas não conseguia tomar iniciativa. Sempre priorizei o conhecimento, a fé estudada, quase racional e auto-conhecimento. Mas chegou uma hora que não dá mais para adiar. A vida burocrática exige posturas inadiáveis e o meu estado de saúde não permite mais prorrogações. Sou responsável por este patrimônio, pelo futuro de meus filhos e netos que ainda estão por vir. Hoje tenho o firme propósito de legalizar esta situação, salva pelo gongo.
Como o meu pai está me acompanhando nesta viagem, escolhi uma música que ele gostava muito. São as músicas que eu ouvia quando era criança e de madrugada ele ligava o rádio de pilha e nós acordávamos com estes sons que para mim eram mágicos. Animava as nossas manhãs infantis.Pegávamos um copo com café e corríamos para o curral para beber o leite quentinho da vaca que ele tirava e nos brindava.
MARIO ZAN CHALANA
http://www.youtube.com/watch?v=QwDTSpQkrGs&feature=related
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