Saite da Vida

Saite da Vida

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Sobre a filosofia do Auto Conhecimento

Um comentário sobre o texto de "Filosofia I" da filósofa social Regina Carvalho no blog da família Ghirello direcionado para aquela Família de Educadores.


http://plinioapresentaevangelhonolar.blogspot.com/2010/08/sugerindo-para-leitura-o-texto.html




Eu - Música de Paulo Tati de Palavra Cantada


http://www.youtube.com/watch?v=2cqcWHs7a_E&feature=related


"O que é que tem na sopa do neném" de Paulo Tati e Sandra Peres.


http://www.youtube.com/watch?v=AHE9UjzE8T8&feature=related









quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Banho nos Cachorrinhos - Biloca


Com as notícias na televisão sobre ácaros resolvi fazer uma vistoria no meu guarda roupa. Fui pegando blusas que usei uma, duas vezes, guardando-a novamente e calças compridas levando-as para o tanque passando todas no sabão de côco. Era dia de sol, no instantinhos estavam secas. Ontem Nina deu banho quentinho no nos três cachorrinhos. Após o banho eu os ia secando com o secador. Estão limpinhos agora. Hoje a Biloca está em casa. Como ainda permanece a onda de frio, estão encolhidinhos. Estão sempre me seguindo, se vou para o quarto, lá vão os quatro. Primeiro os três de casa, logo em seguida a Pipoca.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

O Nosso Pé de Limão Galego

O Pé de Limão Galego
- A primeira foto é um pitangueira florida. A segunda é o Pé de Lima da Pérsia - A terceira é o Pé de Limão que está sendo cortado, já cortaram.



O reino vegetal nos presenteia com suas variedades e belezas. Nós vamos usufruindo destes magníficos sabores , cores e aromas em forma de perfumes, remédios e alimentos. Tivemos a alegria de conviver com um é de limão galego que por quase dezoito anos nos presenteou com seus frutos. Ficava junto do nosso banheiro, onde todos os dias pela manhã podíamos ver seus galhos arranhando nossa vidro. Da cozinha avistávamos seus frutos amarelos que mais pareciam bolinhas de ouro brilhando ao sol. Quantos passarinhos chegavam até ele, gorjearmo de alegria, nos dando bom dia. Os pequenos pardais, quando os cachorros viviam presos, desciam ao chão ciscando as pequenas flores, se alimentando de restos do limoeiro. Foi por muitos anos fonte de vida para as aves, para nós e amigos. Muitos levavam ao fim do dia saquinhos com os frutos para suas casa. Quantas limonadas e caipirinhas foram feitas nos dias quentes mitigando a sede, reunindo amigos, principalmente de meus filhos, que felizes ouviam músicas, trocavam idéias e brincadeiras. Hoje os jardineiros estão cortando-o, porque enfraquecido pela vida, pegou broca. Colhemos hoje seus últimos frutos, deixando um enxerto do limão
cravo para os paulistas, para nós mineiros limão china. Tinha o maior orgulho de termos este pé de limão galego. Hoje não encontramos mais esta variedade nas feiras ou supermercados. Tentarei plantar outro em algum espaço de nosso quintal. Muito obrigada, meu irmãozinho por ter-nos presenteado com sua presença por tantos anos. Agora estás indo embora continuando a sua evolução. É porque sabemos que vocês do reino vegetal também fazem sua caminhada evolutiva, estagiando em variedades vegetais, alcançando plantas mais evoluídas. Também a sua condição de ser vivente é alcançar a Luz e o mundo Angélico. Deus na sua infinita bondade criou-nos todos para a evolução. Ninguém está condenado viver na sua forma original, senão seríamos até hoje animais unicelulares. Deus é criativo e permite-nos ser criativos também . Isto explica sermos feitos à imagem e semelhança divina. Esta penca verdinha é Lima da Pérsia, que faz parte do nosso quintal ao lado do limoeiro. Tem a mesma idade, mas ainda de não sinais de cansaço. quem faz muito uso dela é Dona Carlina que faz uma torta deliciosa com esta fruta. Faz também esta fruta com frango. Nunca comi, mas deve ser deliciosa. Estou ouvindo agora o barulho da máquina que varre o quintal usada pelos jardineiros. Chega até nós um cheirinho de gasolina. Antes fosse o perfume cítrico.
Lembro que quando era adolescente tinha um escritor que não me lembro o nome escreveu um livro "O Meu Pé de Laranja Lima". Um garotinho que conversava com seu pé de limão ou de laranja lima. Era seu único amigo. Quando plantei este pé de limão foi em homenagem a esta historinha. Quando fizeram o filme fui vê-lo. Adorei! A história deste "pé de fruta" tem conexão com o meu passado. A lima também. No pomar do povoado em Bela Floresta onde vivi dos três até oito anos, foi deixado pelos japoneses de quem meu pai comprou o sítio, um pomar. Neste
pomar havia, mangueiras, jabão, uma enorme laranja japonesa, um cajueiro, pinhas e um pé de fruto do conde. Eu, meus irmãos e o Tio Menino (Tércio), gostávamos de trazer para casa estas frutas deliciosas. Resgatei a minha infância na minha maturidade, trazendo para casa as frutas da meninice. Que vida boa!
Nota: Terminando de escrever fui procurar a música "Meu pé de Laranja Lima", encontrando o filme e nome do escritor. Assisti o filme duas vezes me emocionando muito. Porém não encontrei a música. Vi também a novela.

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Agora uma buzina de moto grita lá fora. É o carteiro Marlos, trazendo o copo de liqüidificador. Ele vai dizer: "_ estou trazendo uma encomenda para aquela menina bonita! Eu vou perguntar: _ Quem é a menina bonita? A Gina ou Larita? Ele responderá: _ É a Nina. Toda vez que ela passa por mim grito: Oi menina bonita! É sempre assim. Este rapaz é uma benção.

Boa tarde a você que ainda não me leu! Até mais!

domingo, 1 de agosto de 2010

Aprendendo Amar com os cachorrinhos

Aprendendo o Amor
com os Cachorrinhos

Mudamos para um condomínio grande com muito poucas casas. Havia um grande lago, com muitos gansos, lindos. Angolas andavam soltas por lá... Haviam poucos moradores, poucos guardas e poucas leis. O DoK chegou, vermelhinho e cumprido. Era chorão, chorava pedindo enquanto comíamos, ao redor da mesa. A vizinha adorava brincar com ele, o que causava certo ciúme nos meninos. Ficamos neste endereço por quatro anos. DoK entrava no lago, correndo atrás dos gansos, corria atrás das angolas, tinha vida livre e feliz. Só dentro de casa que os meninos ainda não tinham aprendido respeitar os cachorrinhos. Quando latia, pegavam o focinho segurando firme com as mãos. De modo que DoK sentia os maus tratos. Com a mudança, ele sempre retornava para a antiga morada, procurando o que por lá encontrava, os espaços alegres no meio das aves ariscas entre as águas. Interessante, que só dentro da água corria atrás das aves. Tornou-se exímio nadador. Os adolescentes achavam que ele voltava para a casa da vizinha, mas não o era. Queria vida. Queria viver! Aqui, começou ficando preso e quando ganhava a rua, desaparecia. Logo depois ganhamos a Cindy. Uma cachorrinha adorável. Talvez por ser fêmea ganhou respeito e consideração. Deu-nos muitas ninhadas, talvez seis. Em cada ninhada vinha seis filhotinhos. Cuidava destes bichinhos com muito amor, incansavelmente. E todos nós preocupávamos com ela. Os meninos davam-lhe leite, também aos filhotes. Se adoeciam, corríamos a cuidar com medicamentos, eu cuidava com pomadinhas, e assim foi conquistando os nossos corações. Recebeu apelido de "vovó Mafalda" . Morreu aos dez anos de falência múltipla dos órgãos após ficar hemiplégica. Mas DoK ainda era prejudicado. Até que um dia foi embora também para nunca mais voltar. Essa desaparecida consternou os meninos adolescentes, pois lhes disse que se não fossem mais amorosos com os cachorros, quanto nós tivéssemos, iriam embora. Ficaram pesarosos e prometeram nunca mais fechar o focinho à força, como represália. Achavam que fazendo assim conseguiriam obediência. Chegou o Spock, o orelhudo. Lindo! Saltava e corria maravilhosamente. Parecia um cabritinho saltando. Em 1992 morreu atropelado. Um dia Luke chega com uma salsichinha preta encontrada na rua, num bairro da cidade. Pediu-me autorização para ficar com ela. Ficamos com ela por oito meses. Nesse tempo deu cria, nascendo oito filhotes. Foi uma maravilha, oito cachorros pretinhos como azeitona. Pele lustrosa de tão preta. Parecia malhada de academia de tão musculosa. Assim que distribuímos os filhotes, passamos a Preta para frente. Certo dia Nina traz a notícia que uma cachorrinha chamada kelly, doada por nós a uma família, morava no quintal, sendo rejeitada pelos cinco cachorros e pelos donos. Tinha o hábito de comer fezes. " _ Ai mãe, fiquei morrendo de dó dela. Tão pequenininha! será que podíamos pegá-la de volta?" Contaminada pelo sentimento de minha filha, também me apiedei, consentindo com seu desejo. Está entre nós até hoje. É a menorzinha de todos os que tivemos. Quieta, na dela, silenciosa. Talvez pela experiência da primeira infância acostumou-se ao desamparo, nada reivindicando para si. Luke adotou-a, cuidando à noite, dela. Também era dedicado à Cindy. Às vezes penso que é a maneira que tem de me amar. esse amor que costuma dedicar às cachorrinhas velhas e mães, é a reverência e reconhecimento à maternidade das mulheres. pelo menos, pelo amor que tem a estes animais, me faz sentir amada por ele. Recebo seu amor por via indireta. Chama-a carinhosamente de "Véia". Kelly é apelidada de Suricata, pois quando ficava em pé lembrava estes bichinhos. Deu-nos alguns filhotes. Sempre de quatro. É prognata, e suas crias sofreram pois ao cortar o cordão umbilical, mordia a barriguinha dos bichinhos que acabavam morrendo. Demoramos a descobrir porque tal fenômeno ocorria. Sobrou de seus filhotes o Peludo, que foi do Olivier por certo tempo, até que sua namorada trouxe para nós, por três dias da semana, a Pipoca, a cachorrinha preta. O Peludo escolheu então a Nina como dona. Larita curte muito a Pancho que já tem doze anos. Atualmente são quatro cachorros entre treze e quatro anos de idade. Parecem provolones, vejam só a fotografia. Todos nós aprendemos a amar cuidando deles. Posso afirmar que a mim, tornou-me uma pessoas melhor. Enquanto entravam no quarto de todos, no meu não tinha permissão. Fui a última a ser conquistada. Olhavam de longe, de bem longe da porta, desejando entrar, mas não encontrando assentimento. Hoje dormem num edredon no chão do meu quarto. Sou eu que lhes dou alimento sempre que acordam de manhã. Ficam na cozinha enquanto faço almoço, me atropelando. Às vezes me assusto com eles, quase caindo. Eles se assustam comigo, achando que vou pisar neles... Tenho certeza que me adoram e eu os amo muito. Os animais não guardam rancor, são humildes por natureza. Por mais que os enxotemos, gritemos com eles, estão ali fiéis nos guardando e aguardando. Como seus pensamentos não são manipulados pelo ego, não têm orgulho ferido. Por isso nem precisam perdoar. Estão em interação permanente com a energia amorosa do criador. Aconselho às pessoas que sentem alguma dificuldade em seus lares, desejando corrigir as falhas, a convivência com os pequenos professores do amor e companheirismo pode ser eficaz. Mesmo que você não goste, se predisponha a gostar. Ao cabo de alguns anos, não importando o tempo, tudo acabará bem. Lembrem-se que somos seres eternos. Dez, vinte, cinqüenta anos para a eternidade é um piscar de olhos. O importante é ter a perfeição como meta, como tendência, não como fim. Somos seres de Luz, mesmo que esta luz esteja por hora coberta por sombra, um dia ela resplandecerá. Neste dia entenderemos Deus. Apenas Jesus, Buda, krishna e mais alguns puderam alcançar esta Luz em vida terrena. Todos nós outros somos aprendizes de Deus. E nenhum de nós é melhor que outro, mesmo que acreditemos que sim. Não para Deus. Ele acolhe todos os filhos do Universo, homens, animais, plantas e minerais. Somos viajantes do universo. O importante é a experiência da viagem. Viajar com companhia tão agradável torna esta viagem mais bela e alegre. Tenham cachorros em casa. Tenham amizade com os cãezinhos! Felicidades!

A Saga dos Salsichas

Mudamos para um condomínio grande com muito poucas casas. Havia um grande lago, com muitos gansos, lindos. Angolas andavam soltas por lá... Havia poucos moradores, poucos guardas e poucas leis. O DoK Dog chegou, vermelhinho e cumprido. Era chorão, chorava e pedia enquanto comíamos. A vizinha adorava brincar com ele, o que causava certo ciúme nos meninos. Ficamos neste endereço por quatro anos. Doc entrava no lago, correndo atrás dos gansos, corria atrás das angolas, tinha vida livre e feliz. Só dentro de casa que os meninos ainda não tinham aprendido respeitar os cachorrinhos. Quando ele latia, pegavam o focinho dele segurando firme com as mãos. De modo que DoK sentia os maus tratos. Com a mudança, ele sempre retornava para a antiga morada, procurando o que por lá encontrava, os espaços alegres no meio das aves ariscas entre as águas. Interessante, que só dentro da água corria atrás das aves. Tornou-se exímio nadador. Os adolescentes achavam que ele voltava para a casa da vizinha, mas não o era. Queria vida. Queria viver! Aqui, começou ficando preso e quando ganhava a rua, desaparecia. Logo depois ganhamos a Cindy Crowford. Uma cachorrinha adorável. talvez por ser fêmea ganhou respeito e consideração. Deu-nos muitas ninhadas, talvez seis. Em cada ninhada vinha seis filhotinhos. Cuidava destes bichinhos com muito amor, incansavelmente. E tos nós preocupávamos com ela. Os meninos davam-lhe leite, também aos filhotes. Se adoeciam, corríamos a cuidar com medicamentos, eu cuidava com pomadinhas, e assim foi conquistando os nossos corações. Mas DoK ainda era prejudicado. Até que um dia foi embora também para nunca mais voltar. Chegou o Peter Pan, o orelhudo. Lindo! Saltava e corria maravilhosamente. Em 1992 morreu atropelado por um de nós. Um dia Luke chega com uma salsichinha preta encontrada na rua, num bairro da cidade. Pediu-me autorização para ficar com ela. Ficamos com ela por oito meses. Nesse tempo deu cria, nascendo oito filhotes. Foi uma maravilha, oito cachorros pretinhos como azeitona. Pele lustrosa de tão preta. Assim que distribuímos os filhotes, passamos a Preta para frente. Certo dia Nina traz a notícia que uma cachorrinha chamada kelly kee, doada por nós a uma família, morava no quintal, sendo rejeitada pelos cinco cachorros e pelos donos. Tinha o hábito de comer fezes. _ Ai mãe, fiquei morrendo de dó dela. Tão pequenininha! será que podíamos pegá-la de volta? Contaminada pelo sentimento de minha filha, também me apiedei, consentindo com seu pedido. Está entre nós até hoje. Deu-nos alguns filhotes. Sempre de quatro. É prognata, e suas crias sofreram pois ao cortar o cordão umbilical, mordia a barriguinha dos bichinhos que acabavam morrendo. Demoramos a descobrir porque tal fenômeno ocorria. Sobrou de seus filhote o Peludash, que foi do Olivier por certo tempo, até que sua namorada trouxe para nós, por três dias da semana, a Pipoca. O Peludash escolheu então a Connie como dona. Larita curte muito o Dom Quichot que já tem doze anos. Atualmente são quatro cachorros entre treze e quatro anos de idade. Parecem provolones, vejam só a fotografia. Todos nós aprendemos a amar cuidando deles. Posso afirmar que a mim, tornou-me uma pessoas melhor. Enquanto entravam no quarto de todos, no meu não. Hoje sou a melhor e mais constante guardadora deles. Dormem comigo quando necessário. Dou-lhes remédio, atenção, faço passeios, e passam todo o dia olhando pra mim. eu os amo.

Titio e Pipa - Os Dois Primeiros Cachorrinhos


Titio e Pipa



Aproveitando o silêncio da casa, faz tempo que quero falar deles, as humildes criaturinhas que tem nos acompanhado por trinta e três anos. Alguns já se foram e outros nasceram substituindo-os. A primeira era uma pretinha vira lata, chamada Pipa. Coitada, com dois filhos pequenos, sendo que o Olivier adorava brincar com ela, certo dia verificando que nas suas fezes tinha vermes, não quis mais saber dela. Em viagem à casa de meus sogros, deixei-a por lá. Veio depois o Titio. Este era um cachorro peludinho, semelhante ao nosso atual Peludo. Vira lata também. Malhado entre o preto e branco, muito lindo. A Connie era uma menininha de dois anos e meio quando chegou para nos fazer companhia. Meus filhos adoravam brincar com ele, mas entre eles tinha um menininho malvado que judiava muito. Assim o Titio foi crescendo meio rebelde, embora aguentasse o tranco. Eu também não era tão boazinha, e deixava o titio pelas ruas da cidade. Ele andava, andava, andava, sempre voltando. À noite dormia na sua casinha, no quintal. Nos dias de frio não tinha a preocupação de agasalhá-lo. Definitivamente eu não era amorosa e nem cuidados especiais tinha com ele. A correria com os meus quatro não me faziam uma pessoa muito doce e nem amiga. Fui por duas vezes buscá-lo num terreno na prefeitura de Campinas que ficava numa área próxima à Unicamp. Diziam que os cachorros levados para lá pela carrocinha, seriam usados em experimentação cirúrgica pelos médicos residentes. Como fui convidada algumas vezes a assistir tais cirurgias (1071) pois namorava um aluno desta instituição, sabia que tinha fundamento a lenda. Não era lenda, era a pua realidade. Cheguei na prisão de cachorros, vi-o deitadinho, triste, chamei-o pelo nome: - Titio! Ele ao ouvir minha voz, levantou a cabeça, viu que era verdade e não um sonho, levantou-se. Disse ao guarda: - É este. A carrocinha passava levando os cães encontrados na rua. No mesmo período aconteceu por duas vezes a história se retepetindo. O Titio sendo levado e eu buscando. Mudamos em seguida para um condomínio, ele continuou conosco, ficando mais velhinho. Na época eu passava um remédio forte para pulgas, não me lembro o nome, ficava com os olhos irritados e nervoso, acho que afetava-o neurologicamente, deixando-o meio nervoso, meio doidinho. Junto com a minha negligência, ele se sentia só e humilhado. Eu não ensinava meus filhos amá-lo, porque também eu não tinha amor para dar. Digo que naquela época sentia-me esgotada com a tarefa de mãe e esposa de médico, sempre sozinha, não tendo com quem compartilhar a educação dos filhos. As dificuldades do dia-a-dia, tinham que ser resolvidas somente por mim. Ele também trabalhava muito, dezoito horas por dia. Assim não sobrava amor e energia para mais nada. Até que um dia desapareceu para sempre. Acho que dei a dica para um guarda do condomínio que morava, não moro mais. Penso que ele exterminou o pobre bichinho. Até hoje guardo essa dúvida cruel. Com a minha participação, infelizmente.

Depois destes, vieram outros, e as coisas foram melhorando, nós fomos melhorando, nos tornando mais compassivos, aprendendo a amar mais... graças a Deus!

Insisti com os cachorrinhos porque percebia que vivia num contexto de "pessoas frias", para onde olhava não sentia amor, e achava que com eles poderia aprender amar. E aprendi, aprendemos. A história continua em seguida.

Vovô Augusto e Geração de Netos

Vovô Augusto


Hoje recebi da Cidinha um desenho feito pelo "Neto", sobrinho da tia Cecília, desenhado a caneta. Olhando a data, nesta época estudava em Uberaba, cursando a quinta série do primário. Fase preparatória para entrar para o ginásio. Neste período convivi muito com minhas primas Eliana, Teresinha e Cida. Também os primos Edson e Ênio. São filhos do tio Hélio irmão do meu pai.

Hoje minhas filhas me convidaram para ir ao Shopping Iguatemy em Campinas para almoçar e assistir um filme com elas. Preferi ficar em casa para escrever. Convidei o Dario para fazer companhia a elas, que passou por aqui. Teria ido, mas achei ótimo que ele tenha passado, assim fico escrevendo, atividade que me dá muito prazer. É um ato aparentemente solitário, mas energeticamento eu me uno aos meus ancestrais em sentimento reflexivo. Tenho saudade deste avô alegre e brincalhão. Gostava de vê-lo brincando com os meus priminhos menores, com quem era muito carinhoso. Chamava a a "Dei" filha da tia Elizena de Mixirica. Na época não entendia bem porque, mas hoje penso em duas alternativas. Nenem regurgita, e faz xixi. As duas atividades redundam num cheiro azedinho. Outra é a cor amarelada da mixirica, a Dei, era loirinha. Cada um pense o que quiser, mas o importante é ressaltar a característica bem humorada deste querido avô. Sobre família as impressões são subjetivas, cada núcleo familiar tem um conceito diferenciado, pelas relações pessoais com os avós, sogro ou sogra. O filho tem sempre uma esposa, ou a filha um marido. Aí entram os inter-relacionamentos com as partes gerando formas diferente de ver a mesma pessoa. Todos os aspectos guardam suas verdades, do ponto de vista do observador. Pude observar esses valores de juízo na convivência com a parentela, e gosto da divergência de opiniões; existe sempre um centro onde a verdade é igual para todos. O nosso avô não era um intelectual, mas era um homem de bem, que cuidava dos filhos e filhas. Estes tinham muita admiração e respeito por ele. Ele se preocupava com cada filho particularmente, dando a cada um devido respaldo necessário. A um filho sua preocupação era com a habilidade para negócios, outro a limitação física, outro ainda a falta de juízo com as mulheres. Diga-se de passagem que meu pai teve quatro mulheres oficiais e oito filhos conhecidos e registrados. Meu pai está do meu lado me vendo escrever. A minha intenção não é difamá-lo, ele sabe disso. Era a sua forma de viver e pensar. Adorava a vida. Era inteligente, trabalhador, provedor, responsável com a educação dos filhos. Nada nos faltou, aliás recebemos muito e de tudo que era necessário para nossa educação moral e religiosa. Delegou esta reponsabilidade aos colégios e freiras. Parabéns a ele, sou muito agradecida, não sei o que seria de mim sem tal oportunidade. Foi onde aprendi a pensar, refletir, me reorganizar e redirecionar, me reeducar e buscar orientação para minha vida, minhas vidas. E esta sabedoria ele adquiriu de quem? De meu avõ, que lhe deu a mesma oportunidade. também estudou em colégio de padres, mas fugiu do colégio dizem. Aproveitamos de forma diferente. Embora tenhamos vivido em décadas variadas, o eixo educativo foi o mesmo. Vejo a mesma estrutura em todos os meus primos. Não se tem notícia de nenhuma alma perdida. Todos tocam suas vidas, com suas famílias estruturadas, esposas e maridos. As minhas tias, Elizena, Dagmar e Elina, foram mulheres guerreiras, acompanhando seus maridos pelo sertão afora, seguindo-lhes como companheiras na ambição exagerada de seus homens. Seus maridos, vendendo-lhes as terras recebidas em vida, foi assim que ele fez. Doou aos casais, que venderam sua gleba recebida no triângulo mineiro, que valia muito, comprando três, quatro vezes mais em Mato Grosso. As tias, deixavam suas fazendas lindas, organizadas, com casas bem estruturadas, indo morar em florestas, debaixo de tendas improvisadas, levantando as quatro horas da manhã, cozinhando para quarenta peões, enfrentando frio, chuva, borrachudos e o inquietante e dolorido reumatismo que triturava a saúde das mulheres. Os filhos com certeza estavam sob os cuidados de freiras no período escolar, e os menores em companhia das mães. O mérito destas santas mulheres se deve também à minha avó Batista. Tanto que vejo algumas de minhas irmãs tentando repetir de forma quase patológica este feito. Já não é necessário passar por este aprendizado, mas ficou uma marca no nosso imaginário que algumas não souberam e não estão sabendo superar. É uma repetição circular dos comportamentos idos, adequados para aquela época, não para hoje. Existe então essa dificuldade de adequar as emoções e condutas, trazendos-as para a realidade presente.

Mas a geração de netos do vovô Augusto segue lutando com a vida, vivendo num mundo urbano, com exigências urbanas, trabalhos urbanos, rendas urbanas. Resta apenas a tia Elizena, presente sempre em nossas vidas, carinhosa e atenta. Lembro-me dela no enterro de meu pai, puxando o terço, com aquela voz grave, uma melodia sonora e compassada, lembrando os mantras hindus, onde uma pessoa fala uma frase, repetida pelos demais. Fiquei emocionada por viver este momento solene, parecendo figurante e participante de algum filme em "algum lugar do passado". Ela ainda vive na fazenda junto a uma de suas filhas, a Dei. Tem também um apartamento em Uberaba onde passa alguns dias.

Cidinha, obrigada pelo presente que enviou-me pelo correio eletrônico. Os tempos hoje são outros e a comunicação é imediata. Nem sei se você sabe que tenho este blog, mas hoje reencaminharei para você querida priminha. Você era a mais pequena, o dodói de toda sua família, seus irmãos e pais. Sabe que na minha precoce orfandade, invejava-lhes o cuidado e amor de sua mãe e me encantava com o carinho de suas irmãs para consigo. Também eu recebia parcela de carinho da Eliana e Terezinha, talvez um ou dois anos mais velhas que eu, mas para uma garotinha de dez anos , quem tem doze pode se considerada muito mais velha. Eu era acolhida por suas família e sou-lhes muito grata. Beijos e Gratidão a todas vocês. Obrigada pela foto do Vovô que rendeu estas memórias.

Para vocês primas, como lembrança de nossas férias lá na fazenda São Mateus, em Areias, uma lembrança da música - Perfídia - que mais me lembro ver vocês cantarem e ouvir.

Beijos, muitos beijos...saudades!



"Lena minha cara! veja só, não imaginei que essa foto traria tantas lembranças.....que bom que vc com sua memória irretocável a registrou aqui! Assim, a gente pega uma carona no tempo e mata um pouco as saudades! Eu sabia sim do seu blog e já o visitei algumas vezes, não muito confesso, visto a correria do dia a dia....mas por favor, não pare! aqui a gente se encontra, no hoje e no passado, através de você! Não pare! Continue! É muito bom, a gente se sente mais próximas. Admiro muito você, também gosto de escrever.....escrevo.....mas ainda deixo tudo "escondidinho" rsrs..... são palavras soltas....desabafos....relatos.....desordenados! mas quem sabe um dia....chego lá, tento "imitiar" você e....transformo tudo isso em alguma coisa....né? te amo e te admiro muito! um beijo no seu coração, viu? saudades!Thê e Eliana já estão dormindo mas me encarrego de enviar a vc o beijo delas tb!" Cidinha Nunes

Tentei postar essa mensagem lá no site mas não consegui......então mando por aqui mesmo! bjs.