Querida Regina, desde o dia que você fez esta postagem, é a terceira vez que a leio, hoje até o fim. Lembro do professor de Existencialismo que tinha na faculdade. Acho que este conteúdo serve para psicólogos e pedagogos, com uma pedagogia que aos poucos tentam chegar lá, mas vejo que aqui está mais concreta. Porque eu, falando por mim, que sou como todo mundo, adoecemos nosso corpo, criado tão saudável, pelas minhas torturas mentais, vejo problemas nas minhas atitudes, palavras, que as pessoas nem perceberam, e fico naquele dilema...ou então preocupações principalmente com filhos em situações que eles não vêm problemas. E com essas e outras vou deixando de ser feliz...
Lógico que muitos momentos, a gente aproveita com ela, a felicidade. Mas o tempo gasto com a infelicidade é suficiente para torturar o corpo.Esse texto é muito profundo, sério e de vanguarda. Quem sabe um dia teremos uma aula nas classes fundamentais e secundárias sobre existencialismo, questionamentos como como se sabe se é feliz, como buscá-la, e fazer experiências como as que você mencionou. Não sei como uma jornalista tão séria, neste mundo de blogs, não está cheio de gente da área pesquisando... Recebi seu email, mas levei este tempo para assimilar o que escreveu. Li nno último texto hoje sobre a indiferença e "não me comprometa" a postura habitual de todos. Ser lúcido tem um preço e você enxerga com os olhos do corpo e da alma, muito além...Eu te respeito muito. Muita Paz!
Escrevo, tão somente, aquilo que fui observando, comparando e traçando lógicas mais condizentes com o que me parecia mais humano, assim como, fazendo de mim um incansável laboratório, ou seja: jamais evitando sentir a dor ou o prazer das emoções, e aí, fui avaliando o custo benefício.
E é exatamente este doloroso experimento que todos vivemos sem qualquer preparação ou consciência que, particularmente, fui catalogando em um passo a passo em prol de um vivenciar menos sofrido ou pelo menos mais consciente.
Às vezes, escorrego no vício arraigado e revolto-me com a indiferença que percebo nas criaturas, mas logo compreendo suas posturas de retração frente aos entendimentos que lhes repasso. Afinal, mudar seja lá o que for é sempre muito trabalhoso e também demanda tempo que, as criaturas em suas pressas pessoais, acham que não possuem. Mudar posturas está ligado diretamente à perdas e quem quer conscientemente perder, seja lá o que for?
Só loucos como eu e outros tantos que, ao longo da história da humanidade, foram contestadores e incapazes de aceitar a dor e o sofrimento como causas primeiras de suas existências e partiram em buscas mentais e observatórias do além do óbvio imposto pelo meio social em suas convenções melancólicas.
O que gente como eu e tantos mais descobriram com as inumeráveis perdas, foram as maravilhas dos ganhos que, por não estarem sobrecarregados de conceitos e preconceitos mofados, se apresentam limpos e fantasticamente gratificantes.
Descobri desde muito cedo que ser feliz era mais fácil e dava menos trabalho que ser infeliz, e aí, apenas fui vivendo, aceitando e procurando entender o que pessoalmente eu não podia modificar, mas tendo o cuidado de não me deixar contaminar e vivenciando de forma irrestrita, sem culpas e medos, tudo quanto o meu ser pensante e altamente sensitivo aprovava e, portanto, também compreendia sem qualquer restrição em ser contaminada.
Não existem mistérios na vivência da felicidade ou do gozo pela vida, apenas o desejo em sê-lo.
Uma vez que se dê o comando ao cérebro, todos os sentidos entram em ação, e aí, minha querida amiga, foda-se o mundo, pois tudo que se vê, se ouve e se sente é o desejo de viver em plenitude e isto não significa não ser uma pessoa responsável, amorosa e dedicada ou uma pessoa que abra mão de tudo material ou que possa ampará-la e muito menos faz dela uma egoista e indiferente aos demais. Ao contrário, pois aumenta o grau de consciência e de respeito ao tudo do todo no qual ela está inserida sem, no entanto, fazer de sua vida uma escravidão existencial.
Agora, respondendo a sua pergunta do por que meus estudos não são buscados pelos pesquisadores e alunos das faculdades, bem, aí minha cara, reside outro imenso e intransponível entrave, afinal, quem sou eu, além de um serzinho escondido em uma ilha paradisíaca sem eira e nem beira acadêmica?
Quem sou eu ou qualquer outro sem um marketing ? Lembre-se que até Jesus, precisou de Paulo de Tarso e seus discípulos mais fiéis para divulgar os seus feitos.
Ou eu bem vivia e aprendia ou eu divulgava. Confesso que jamais fui uma boa propagandista de mim mesma.
Mas o que importa de verdade são os 4000 acesos que com certeza no meu dia a dia,acrescentaram um pouquinho de meu amor na vida dessas pessoas.
Fique em paz. Beijos,Regina