Saite da Vida

Saite da Vida

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Folia de Reis



Chegada de Santos reis

http://www.youtube.com/watch?v=riIAbiRYnEA&feature=related

Folia de Santos Reis - Costumes, crença e tradição

http://www.youtube.com/watch?v=SaXO2KmwiCQ

Origem do Congado

Em participação de um Encontro Latino Americano de Educação em Valores Humanos, em Belo Horizonte, no período de 18 a 23 de janeiro de 2003, tive oportunidade de conhecer o O Reinado de Nossa Senhora do rosário.



Lara, a Rainha das Águas!



























Sempre desejei ter uma menininha, ela veio após dois meninos. Amei esta filha assim que vi o seu rostinho cor-de-rosa, parecendo mesmo uma rosinha. Sorriu para mim, sorrindo para o mundo. Mesmo entre dois meninos ciumentos, que não queriam vê-la por perto. Foi aquela perseguição. Tinha que estar sempre acudindo, socorrendo, salvá-la das investidas agressivas de seus irmãozinhos... principalmente do mais novo. Faltou-me habilidade para lidar com a situação, de um garotinho que até dois anos vivia no colo, pois era assim com o Olivier. Antes tinha tudo para ele, depois, nada. Tinha prazer em penteá-la, conversar, fazê-la sorrir, sair, ninar e fazer dormir. Exagerava na papinhas, com todos, aliás. Maçã, porque uma?... amassava sempre duas. Pera? A mesma coisa. Depois colocava-a no quadrado, e ficava aquela gorduchinha, parada, sem se mover de tanto que comia. Assim que passava o empachamento, voltava a sorrir e conversar.
A linguagem preferida era o "manhês", ou seja, em inglês motherless, aquela que se faz a vinte centímetros do rosto do neném.
Depois de mais crescidinha, não queria colocá-la na escolinha de tão bom tê-la por perto, mas um dia chega a hora.... Na Escolinha ..., onde todas as crianças iam, você acompanhou seus irmãozinhos... Alí aprendeu dançar e cantar... Começou o desenvolvimento da sua veia artística, pinturas, desenhos, e artes dramáticas. A esta nunca quis dar atenção, mas esta aí, imanente, basta querer... por vezes aparece a iara atriz. Olhos de mãe? Não, é uma certeza. Mas a desenhista, só quer desenhar. O primeiro desenho, o seu preferido eram as sereias, aquele que faz juz ao seu nome, escolhido por mim, como a rainha das águas. A criação é gerada na água, o mundo começou a criação de suas partículas de vida na água, chegando até nós, seres humanos pensantes e herdeiros de Deus. Iemanjá é a nossa Amada Mãe da Vida, da geração,é a água que vivifica. Metaforicamente, a geração da fé, do saber, e da criação. A escolha do nome valeu a pena, porque você é criativa, sempre buscando o conhecimento voltado para a fé, para Deus, para a vida. Esta é a nossa sintonia!
E o amor pelo mar, expressado no principal esporte de sua adolescência, o surf. Quantas férias você sumia pelas praias, só me dando notícias quando começava com os pesadelos de mãe apavorada procurando por você?
Eu e seu pai, às vezes olhávamos algumas moças andando livremente pelas praias e imaginávamos você também moça, com roupas brancas, cabelos louros, encaracolados, tatuagem nos tornozelos, andando livre pelas orla marítima. Claro não a vimos nesse caminhar, mas sabemos que muitas vezes você esteve lá, como as nossas miragens. O costume de pintar cabelos de todos os seus amigos da praia, cortá-los, o seu próprio....
Seus desenhos preferidos, a sereia do mar, por muitos anos!, se transformando em auto-retrato...podíamos vê-lo espalhados pelos cadernos, paredes, e quadros, ainda não postos em paredes, guardados de lembrança.
São tantas Iaras...a Larita viajante, mochila pesada nas costas, uma prancha nas mãos, não sei como conseguia carregar tanto peso. Procurando prais ermas, a praia do sono. Qua agonia de mãe imaginá-la tão isolada, às vezes usando barcos pequenos sem segurança nenhuma para travessias. Caminhadas pelas matas, até chegar à praia do sono, ou dos sonhos. Só mesmo entregando para Deus o seu cuidado. Mudou pouca coisa de lá para cá, você continua viajando, agora a trabalho. E assim vai rodando o mundo, descobrindo a vida. o trabalho, as dificuldades, desenvolvendo a arte de se relacionar, tolerar, a paciência.
Eu lhe desejo muita felicidade, que consiga tudo o que deseja.
Canto das mães d' água
A Lenda das Sereias
Saltimbancos:Nós gatos já nascemos pobres




domingo, 6 de junho de 2010

Cida Falando de Si






Na adolescência praticava esportes e atividades coletivas. Nunca foi de ter uma amizade só, sempre convivendo com rodas diferentes, sendo muito eclética na convivência. Nunca teve paciência com mesmice, não gosta de serviço de casa, é constante nas amizades. Foi namoradeira e adorava viajar pelo Brasil. Sempre economizava da mesada para estas viagens. Sempre gostou de ganhar dinheiro, fazia crochê e os vendia. Muito gulosa com doce, principalmente coca-cola, chocolate e maçã.

Gosta de repassar o conhecimento, por isso não se arrepende de ter feito carreira universitária, mas guarda uma frustração por não ter sido professora universitária. Se alguém tem um segredo técnico, não conte a ela, pois ela não vai guardar, principalmente se for útil ao conhecimento coletivo.

Pede e insiste que eu diga que o maior arrependimento da sua vida foi os dois abortos que fez. A razão principal, era que se casasse, o pai deixaria de pagar a faculdade de arquitetura, pois considerava a sua formação acadêmica muito importante para sua vida, apesar de isso não justificar seus atos. Hoje não faria isso, com a consciência e o respeito à vida que adquiriu. De mil novecentos e setenta e seis a oitenta, passou pelas drogas, mas não aconselha que os jovens façam usa dela. Estava engajada no movimento político, sendo que uma das bandeiras era sexo, amor e drogas. É a favor da liberação controlada das drogas, tanto para arrecadar divisas, deixando de ser um negócio paralelo e arrecadar impostos, por um lado, mais alto até que o imposto do cigarro; e por outro para que o Brasil conheça seus viciados, consequentemente seus marginais adolescentes e os trate com dignidade. Sendo a droga um psicotrópico, seria receitada pelos postos de saúde. Aquele que ultrapassassse os limites seria encaminhado para tratamento assim como se faz no trânsito, coms transgressores.

Tem uma maneira peculiar de procurar os empregados. Quanto ao último, saiu às ruas de Tangará observando as pessoas. Viu na porta de uma casa, um cavalo com uma traia impecável. Conversou com ele e a esposa, gostando da prosa, contratou-os sem pedir referências. Em seguida descobriu que havia trabalhado para um senhor muito exigente da cidade. Três pessoas da família são contratados, e hoje não precisa mais contratar pessoas de fora para roçar pasto e arrumar cercas. A esposa desempenha todas as funções dos homens. A filha mais novinha, treze anos, ajuda a mãe nas lidas da casa deles. O filho mais velho trabalha na cidade. É uma família exemplar. Quando a família ficava desempregada trabalhava com um cavalo e carroça, fazendo frete na praça. Ou vendia espetinhos na praça. Hoje, fora do serviço contratado, nas horas vagas doma cavalos para os vizinhos. Assim que viu a casa desta família, viu que com pequenas mudanças, daria para fazer uma pequena reforma, dividindo a casa em duas kitnetes, e alugar para melhorar a renda familiar, diminindo o trabalho, e a sobra do dinheiro, construir mais umacasinha no fundo do quintal. O filho mais velho é exemplar, não bebe, não fuma , muito responsável com o trabalho. Trabalhou muito anos com outra família, mas não conseguiu dar passos financeiros.

Não gosta de ouvir desaforos, não pisem no calo dela. O direito de um vai até onde começa o direito do outro. Quando age com a intuição, obtem melhores resultados do que quando age com a razão.

Se diz uma pessoa feliz, satisfeita, nada aborrecendo por muito tempo. Nada lhe tira o sono, não guardando raiva e mágoa de ninguém. Quando não gosta de alguém evita convivência. Não gosta de viver brigando, gosta de paz. Mas se precisar faz o seu "barraquinho". Conta que na sua primeira comunhão, estava se esforçando ao máximo ser bem comportada, era muito briguenta, até minutos antes da missa uma menina lhe provocou e ela pois tudo a perder. Quase perdeu o direito de frequentar a cerimônia, tendo que se confessar novamente., para participar da comunhão. Diz ser uma cacterística sua, quando está quase na hora de ganhar o prêmio, põe tudo a perder. Adora ser velha, isto é ter cabelos brancos, mas não gosta de ser gorda e nem dos pneuzinhos.

Adora trabalhar, quando não sabe alguma coisa, se esforça para aprender, assumindo a responsabilidade. Como arquiteta, nunca suportou fazer casas para madames, preferindo os projetos voltados para o social. Define que a casa de cada um é como o coração, ninguém manda. Em Cacoal (RO) era fiscal de obras da prefeitura, fez muitos projetos para indústria. Sua maior qualidade como arquiteta é a racionalidade dos projetos, o seu espaço rende muito. Hoje em dia esta é uma qualidade muito valorizada, mas diz também que este é o único diferencial que possui, incluindo todas as áreas em que já trabalhou.

Adorou a experiência industrial quando trabalhava com reciclagem. De tanto receber máquinas velhas, não conseguindo vendê-las algumas vezes, passou a funcioná-las. foi assim que se tornou industrial.

É criativa e dedicada. Passou fome, desforo de fornecedor, mas venceu. precisou adiar este projeto e trabalho para cuidar do seu maior patrimônio, as fazendas. Aprendeu a ser fazendeira há cinco anos, quando assumiu as rédeas de tudo. Aprendeu com um peão tudo que era certo e errado.

Quanto a política, diz ter vergonha de ser brasileira. São poucas as pessoas do mundo político sérias. Ser séria para ela é aquele que trabalha para o seu crescimento e para o bem da coletividade.

Tudo é possível se houver Fé e Amor.

O seu maior desafio é ser mãe de um adolescente. Com ele está aprendendo amar, perdoar e esquecer as ofensas.

Obs:



  1. Foi sorteada com mais onze pessoas por um frigorífico de Tangará, para ficar cinco dias na África do sul, para ver alguns jogos da Copa, no dia 25 de junho.Com tudo pago.


  2. Ganhou para esta viagem uma mala feita com roupas da irmã Regina e sobrinha Daniela.


  3. A Cida disse que foi a primeira vez que fez uma revisão de sua vida.


  4. Tudo o que está aqui foi-me ditado por ela.


  5. Disse que valeu a pena.


  6. Este relato está sendo feito agora, com a presença dela. Gostaria de glosar algumas informações, mas ela acha importante que permaneçam, pois são lição de vida.


quarta-feira, 26 de maio de 2010

Lembranças da Adolescência

Toda mocinha em mil nocentos e sessenta e oito gostava do livro o "Pequeno Príncipe". Eu lia e relia, tentando apreender o significado profundo. Na verdade eu entrava no livro e viajava pelos planetas com ele. Na verdade eu queria fazer parte de outro mundo, um mundo que se pudesse criar laços verdadeiros e profundos, pois a minha vida vinha me impedindo de amizades duradouras. Neste livro parecia encontrar a solução para as ausências definitivas que me aconteciam. Mudanças da menina para mulher. Mudanças de cidades e colégios. Mudanças de amigos que partiam para nunca mais encontrar. Mudanças de referências. Fui aprendendo a viver de lembranças que se tornavam essências e essenciais. Passei a guardá-las na memória do coração. Foi assim que passados nove anos fui ao encontro da Verinha Martins em Uberlândia. Certa vez ela deu-me seu endereço para correspondência de férias. Na esperança de revê-la, fui ao tal endereço, encontrando-a. Mas ela não deu a mesma importância que eu à nossa amizade. Esta experiência mostrou-me que cada um de nós tem uma percepção diferente da mesma situação. Assim ocorreu com outras amizades, fatos e muito mais.
Para ilustrar os meus sentimentos em relação às pessoas,
transcrevo então um trecho do Pequeno Príncipe (Antoine de Saint Exupéry) que adorava e ainda aprecio,pois ainda é a minha maneira de me relacionar com a vida.
"A raposa olhou o Pequeno Príncipe por um longo tempo.
"Por favor, cative meu coração" -disse-.
Cativar é "criar laços". Se você me cativar, minha vida vai se encher de sol.
Conhecerei um barulho de passos que será diferente de todos os outros. Os outros passos fazem com que eu me esconda debaixo da terra. O seu me chamará para fora da toca, como uma música. Olhe, você está vendo, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão, para mim o trigo é inútil. Os campos de trigo não me lembram nada. Mas você tem os cabelos cor de ouro. Quando você tiver me cativado, o trigo dourado será uma lembrança sua. E amarei o som do vento no trigo..."