Saite da Vida

Saite da Vida

domingo, 1 de agosto de 2010

A Saga dos Salsichas

Mudamos para um condomínio grande com muito poucas casas. Havia um grande lago, com muitos gansos, lindos. Angolas andavam soltas por lá... Havia poucos moradores, poucos guardas e poucas leis. O DoK Dog chegou, vermelhinho e cumprido. Era chorão, chorava e pedia enquanto comíamos. A vizinha adorava brincar com ele, o que causava certo ciúme nos meninos. Ficamos neste endereço por quatro anos. Doc entrava no lago, correndo atrás dos gansos, corria atrás das angolas, tinha vida livre e feliz. Só dentro de casa que os meninos ainda não tinham aprendido respeitar os cachorrinhos. Quando ele latia, pegavam o focinho dele segurando firme com as mãos. De modo que DoK sentia os maus tratos. Com a mudança, ele sempre retornava para a antiga morada, procurando o que por lá encontrava, os espaços alegres no meio das aves ariscas entre as águas. Interessante, que só dentro da água corria atrás das aves. Tornou-se exímio nadador. Os adolescentes achavam que ele voltava para a casa da vizinha, mas não o era. Queria vida. Queria viver! Aqui, começou ficando preso e quando ganhava a rua, desaparecia. Logo depois ganhamos a Cindy Crowford. Uma cachorrinha adorável. talvez por ser fêmea ganhou respeito e consideração. Deu-nos muitas ninhadas, talvez seis. Em cada ninhada vinha seis filhotinhos. Cuidava destes bichinhos com muito amor, incansavelmente. E tos nós preocupávamos com ela. Os meninos davam-lhe leite, também aos filhotes. Se adoeciam, corríamos a cuidar com medicamentos, eu cuidava com pomadinhas, e assim foi conquistando os nossos corações. Mas DoK ainda era prejudicado. Até que um dia foi embora também para nunca mais voltar. Chegou o Peter Pan, o orelhudo. Lindo! Saltava e corria maravilhosamente. Em 1992 morreu atropelado por um de nós. Um dia Luke chega com uma salsichinha preta encontrada na rua, num bairro da cidade. Pediu-me autorização para ficar com ela. Ficamos com ela por oito meses. Nesse tempo deu cria, nascendo oito filhotes. Foi uma maravilha, oito cachorros pretinhos como azeitona. Pele lustrosa de tão preta. Assim que distribuímos os filhotes, passamos a Preta para frente. Certo dia Nina traz a notícia que uma cachorrinha chamada kelly kee, doada por nós a uma família, morava no quintal, sendo rejeitada pelos cinco cachorros e pelos donos. Tinha o hábito de comer fezes. _ Ai mãe, fiquei morrendo de dó dela. Tão pequenininha! será que podíamos pegá-la de volta? Contaminada pelo sentimento de minha filha, também me apiedei, consentindo com seu pedido. Está entre nós até hoje. Deu-nos alguns filhotes. Sempre de quatro. É prognata, e suas crias sofreram pois ao cortar o cordão umbilical, mordia a barriguinha dos bichinhos que acabavam morrendo. Demoramos a descobrir porque tal fenômeno ocorria. Sobrou de seus filhote o Peludash, que foi do Olivier por certo tempo, até que sua namorada trouxe para nós, por três dias da semana, a Pipoca. O Peludash escolheu então a Connie como dona. Larita curte muito o Dom Quichot que já tem doze anos. Atualmente são quatro cachorros entre treze e quatro anos de idade. Parecem provolones, vejam só a fotografia. Todos nós aprendemos a amar cuidando deles. Posso afirmar que a mim, tornou-me uma pessoas melhor. Enquanto entravam no quarto de todos, no meu não. Hoje sou a melhor e mais constante guardadora deles. Dormem comigo quando necessário. Dou-lhes remédio, atenção, faço passeios, e passam todo o dia olhando pra mim. eu os amo.

Titio e Pipa - Os Dois Primeiros Cachorrinhos


Titio e Pipa



Aproveitando o silêncio da casa, faz tempo que quero falar deles, as humildes criaturinhas que tem nos acompanhado por trinta e três anos. Alguns já se foram e outros nasceram substituindo-os. A primeira era uma pretinha vira lata, chamada Pipa. Coitada, com dois filhos pequenos, sendo que o Olivier adorava brincar com ela, certo dia verificando que nas suas fezes tinha vermes, não quis mais saber dela. Em viagem à casa de meus sogros, deixei-a por lá. Veio depois o Titio. Este era um cachorro peludinho, semelhante ao nosso atual Peludo. Vira lata também. Malhado entre o preto e branco, muito lindo. A Connie era uma menininha de dois anos e meio quando chegou para nos fazer companhia. Meus filhos adoravam brincar com ele, mas entre eles tinha um menininho malvado que judiava muito. Assim o Titio foi crescendo meio rebelde, embora aguentasse o tranco. Eu também não era tão boazinha, e deixava o titio pelas ruas da cidade. Ele andava, andava, andava, sempre voltando. À noite dormia na sua casinha, no quintal. Nos dias de frio não tinha a preocupação de agasalhá-lo. Definitivamente eu não era amorosa e nem cuidados especiais tinha com ele. A correria com os meus quatro não me faziam uma pessoa muito doce e nem amiga. Fui por duas vezes buscá-lo num terreno na prefeitura de Campinas que ficava numa área próxima à Unicamp. Diziam que os cachorros levados para lá pela carrocinha, seriam usados em experimentação cirúrgica pelos médicos residentes. Como fui convidada algumas vezes a assistir tais cirurgias (1071) pois namorava um aluno desta instituição, sabia que tinha fundamento a lenda. Não era lenda, era a pua realidade. Cheguei na prisão de cachorros, vi-o deitadinho, triste, chamei-o pelo nome: - Titio! Ele ao ouvir minha voz, levantou a cabeça, viu que era verdade e não um sonho, levantou-se. Disse ao guarda: - É este. A carrocinha passava levando os cães encontrados na rua. No mesmo período aconteceu por duas vezes a história se retepetindo. O Titio sendo levado e eu buscando. Mudamos em seguida para um condomínio, ele continuou conosco, ficando mais velhinho. Na época eu passava um remédio forte para pulgas, não me lembro o nome, ficava com os olhos irritados e nervoso, acho que afetava-o neurologicamente, deixando-o meio nervoso, meio doidinho. Junto com a minha negligência, ele se sentia só e humilhado. Eu não ensinava meus filhos amá-lo, porque também eu não tinha amor para dar. Digo que naquela época sentia-me esgotada com a tarefa de mãe e esposa de médico, sempre sozinha, não tendo com quem compartilhar a educação dos filhos. As dificuldades do dia-a-dia, tinham que ser resolvidas somente por mim. Ele também trabalhava muito, dezoito horas por dia. Assim não sobrava amor e energia para mais nada. Até que um dia desapareceu para sempre. Acho que dei a dica para um guarda do condomínio que morava, não moro mais. Penso que ele exterminou o pobre bichinho. Até hoje guardo essa dúvida cruel. Com a minha participação, infelizmente.

Depois destes, vieram outros, e as coisas foram melhorando, nós fomos melhorando, nos tornando mais compassivos, aprendendo a amar mais... graças a Deus!

Insisti com os cachorrinhos porque percebia que vivia num contexto de "pessoas frias", para onde olhava não sentia amor, e achava que com eles poderia aprender amar. E aprendi, aprendemos. A história continua em seguida.

Vovô Augusto e Geração de Netos

Vovô Augusto


Hoje recebi da Cidinha um desenho feito pelo "Neto", sobrinho da tia Cecília, desenhado a caneta. Olhando a data, nesta época estudava em Uberaba, cursando a quinta série do primário. Fase preparatória para entrar para o ginásio. Neste período convivi muito com minhas primas Eliana, Teresinha e Cida. Também os primos Edson e Ênio. São filhos do tio Hélio irmão do meu pai.

Hoje minhas filhas me convidaram para ir ao Shopping Iguatemy em Campinas para almoçar e assistir um filme com elas. Preferi ficar em casa para escrever. Convidei o Dario para fazer companhia a elas, que passou por aqui. Teria ido, mas achei ótimo que ele tenha passado, assim fico escrevendo, atividade que me dá muito prazer. É um ato aparentemente solitário, mas energeticamento eu me uno aos meus ancestrais em sentimento reflexivo. Tenho saudade deste avô alegre e brincalhão. Gostava de vê-lo brincando com os meus priminhos menores, com quem era muito carinhoso. Chamava a a "Dei" filha da tia Elizena de Mixirica. Na época não entendia bem porque, mas hoje penso em duas alternativas. Nenem regurgita, e faz xixi. As duas atividades redundam num cheiro azedinho. Outra é a cor amarelada da mixirica, a Dei, era loirinha. Cada um pense o que quiser, mas o importante é ressaltar a característica bem humorada deste querido avô. Sobre família as impressões são subjetivas, cada núcleo familiar tem um conceito diferenciado, pelas relações pessoais com os avós, sogro ou sogra. O filho tem sempre uma esposa, ou a filha um marido. Aí entram os inter-relacionamentos com as partes gerando formas diferente de ver a mesma pessoa. Todos os aspectos guardam suas verdades, do ponto de vista do observador. Pude observar esses valores de juízo na convivência com a parentela, e gosto da divergência de opiniões; existe sempre um centro onde a verdade é igual para todos. O nosso avô não era um intelectual, mas era um homem de bem, que cuidava dos filhos e filhas. Estes tinham muita admiração e respeito por ele. Ele se preocupava com cada filho particularmente, dando a cada um devido respaldo necessário. A um filho sua preocupação era com a habilidade para negócios, outro a limitação física, outro ainda a falta de juízo com as mulheres. Diga-se de passagem que meu pai teve quatro mulheres oficiais e oito filhos conhecidos e registrados. Meu pai está do meu lado me vendo escrever. A minha intenção não é difamá-lo, ele sabe disso. Era a sua forma de viver e pensar. Adorava a vida. Era inteligente, trabalhador, provedor, responsável com a educação dos filhos. Nada nos faltou, aliás recebemos muito e de tudo que era necessário para nossa educação moral e religiosa. Delegou esta reponsabilidade aos colégios e freiras. Parabéns a ele, sou muito agradecida, não sei o que seria de mim sem tal oportunidade. Foi onde aprendi a pensar, refletir, me reorganizar e redirecionar, me reeducar e buscar orientação para minha vida, minhas vidas. E esta sabedoria ele adquiriu de quem? De meu avõ, que lhe deu a mesma oportunidade. também estudou em colégio de padres, mas fugiu do colégio dizem. Aproveitamos de forma diferente. Embora tenhamos vivido em décadas variadas, o eixo educativo foi o mesmo. Vejo a mesma estrutura em todos os meus primos. Não se tem notícia de nenhuma alma perdida. Todos tocam suas vidas, com suas famílias estruturadas, esposas e maridos. As minhas tias, Elizena, Dagmar e Elina, foram mulheres guerreiras, acompanhando seus maridos pelo sertão afora, seguindo-lhes como companheiras na ambição exagerada de seus homens. Seus maridos, vendendo-lhes as terras recebidas em vida, foi assim que ele fez. Doou aos casais, que venderam sua gleba recebida no triângulo mineiro, que valia muito, comprando três, quatro vezes mais em Mato Grosso. As tias, deixavam suas fazendas lindas, organizadas, com casas bem estruturadas, indo morar em florestas, debaixo de tendas improvisadas, levantando as quatro horas da manhã, cozinhando para quarenta peões, enfrentando frio, chuva, borrachudos e o inquietante e dolorido reumatismo que triturava a saúde das mulheres. Os filhos com certeza estavam sob os cuidados de freiras no período escolar, e os menores em companhia das mães. O mérito destas santas mulheres se deve também à minha avó Batista. Tanto que vejo algumas de minhas irmãs tentando repetir de forma quase patológica este feito. Já não é necessário passar por este aprendizado, mas ficou uma marca no nosso imaginário que algumas não souberam e não estão sabendo superar. É uma repetição circular dos comportamentos idos, adequados para aquela época, não para hoje. Existe então essa dificuldade de adequar as emoções e condutas, trazendos-as para a realidade presente.

Mas a geração de netos do vovô Augusto segue lutando com a vida, vivendo num mundo urbano, com exigências urbanas, trabalhos urbanos, rendas urbanas. Resta apenas a tia Elizena, presente sempre em nossas vidas, carinhosa e atenta. Lembro-me dela no enterro de meu pai, puxando o terço, com aquela voz grave, uma melodia sonora e compassada, lembrando os mantras hindus, onde uma pessoa fala uma frase, repetida pelos demais. Fiquei emocionada por viver este momento solene, parecendo figurante e participante de algum filme em "algum lugar do passado". Ela ainda vive na fazenda junto a uma de suas filhas, a Dei. Tem também um apartamento em Uberaba onde passa alguns dias.

Cidinha, obrigada pelo presente que enviou-me pelo correio eletrônico. Os tempos hoje são outros e a comunicação é imediata. Nem sei se você sabe que tenho este blog, mas hoje reencaminharei para você querida priminha. Você era a mais pequena, o dodói de toda sua família, seus irmãos e pais. Sabe que na minha precoce orfandade, invejava-lhes o cuidado e amor de sua mãe e me encantava com o carinho de suas irmãs para consigo. Também eu recebia parcela de carinho da Eliana e Terezinha, talvez um ou dois anos mais velhas que eu, mas para uma garotinha de dez anos , quem tem doze pode se considerada muito mais velha. Eu era acolhida por suas família e sou-lhes muito grata. Beijos e Gratidão a todas vocês. Obrigada pela foto do Vovô que rendeu estas memórias.

Para vocês primas, como lembrança de nossas férias lá na fazenda São Mateus, em Areias, uma lembrança da música - Perfídia - que mais me lembro ver vocês cantarem e ouvir.

Beijos, muitos beijos...saudades!



"Lena minha cara! veja só, não imaginei que essa foto traria tantas lembranças.....que bom que vc com sua memória irretocável a registrou aqui! Assim, a gente pega uma carona no tempo e mata um pouco as saudades! Eu sabia sim do seu blog e já o visitei algumas vezes, não muito confesso, visto a correria do dia a dia....mas por favor, não pare! aqui a gente se encontra, no hoje e no passado, através de você! Não pare! Continue! É muito bom, a gente se sente mais próximas. Admiro muito você, também gosto de escrever.....escrevo.....mas ainda deixo tudo "escondidinho" rsrs..... são palavras soltas....desabafos....relatos.....desordenados! mas quem sabe um dia....chego lá, tento "imitiar" você e....transformo tudo isso em alguma coisa....né? te amo e te admiro muito! um beijo no seu coração, viu? saudades!Thê e Eliana já estão dormindo mas me encarrego de enviar a vc o beijo delas tb!" Cidinha Nunes

Tentei postar essa mensagem lá no site mas não consegui......então mando por aqui mesmo! bjs.


...artesão de massas

...artesão de massas



O que me encanta neste artesão é a dedicação nos seus trabalhos. Quando trabalhava em casa, na grande mesa de madeira da sala de jantar eu podia observá-lo, aqui do computador através dos vidros, a concentração com que fazia suas massas. Meu olhar de mãe percebia um ser em meditação. Naqueles momentos ele se abstraia do mundo e numa posição ereta, muito elegante, trabalhava com delicadeza suas massas como se tivesse realizando um trabalho de escultura de massas. Após sua formação no SENAC de Águas de São Pedro, foi trabalhar em algumas fábricas de da região de Campinas. Era admitido como auxiliar de cozinheiro, auxiliar de massas, masseiro, trabalhando com pessoas que moraram na Itália por alguns anos, para adquirir a técnica. Nós não somos descendentes diretos de famílias italianas. Nossa origem é mineira. Hábitos italianos foram sendo incorporados aos poucos em nossa vida. Oli assimilou a origem da cidade com "Passione", terra do vinho, da fala gesticulada, da risada solta no ar, da fé católica, do sotaque italiano, das "veradas" e "bondiornos". Entretanto, continua sendo um "pássaro triste", silencioso, bom de coração, afetuoso com sua namorada e cãezinhos, o mesmo menino de trinta e três anos atrás. Nasceu lindo como um príncipe, eu dizia que ele se parecia com o James Bond quando veio para o meu quarto na maternidade de Campinas, com uma venda branca nos olhos. Nasceu com icterícia e tomava "banho de luz" como tratamento. Mas deixava ver o contorno de seu rostinho talhado com perfeição, seus lábios desenhados por Deus com um formato ligeiramente sorridente. Sua bochechinha redonda já dizia que seria um belo rapaz. Foi crescendo discreto, com o sorriso de escanteio, andando e falando rápido. Começou andar aos oito meses, falar aos dez, e só o ciúmes da segunda irmã que veio dois anos depois revelou um menino impulsivo. Mas diria que a culpa foi da mãe que depois de carregar um garoto de quatorze quilos no colo até um ano e meio, e dar-lhe atenção direta, foi substituído no afeto por uma jovem mãe, feliz por ter uma menina que se apaixonou pela bonequinha. Trocando de afeto como quem troca de namorado, relegando o bebê aos cuidados da babá. Nestas alturas já eram três para eu cuidar. Um dia ele recebeu afeto por inteiro, e a minha presença constante no lar, sempre buscando a fé desde os meus vinte e quatro anos fêz com que nossa família se salvasse, está se salvando... Sempre digo no aspecto psicológico e divino, que é o que realmente importa. Sou como uma sentinela no lar. Atenta, embora muitas vezes falte atitude. Ultimamente as minhas orações não passam do telhado, não conseguem furar o teto da minha casa e chegar até Deus. Algumas vezes voavam como um supersônico, singrando o espaço, atravessando as nuvens, a extratosfera, atravessando os múltiplos universos até encontrar Deus, que estava e está dentro de mim, e não está dentro de mim. A vida é uma escola, e como meus filhos também estou aprendendo a viver em Deus e por Deus. De que adianta grandes conquistas artísticas, intelectuais, políticas, acumulativas materiais, se não encontramos a Deus? Vai ser uma tremenda decepção chegar no além e se perguntar: Por que não amei mais? Esta é a pergunta que a grande massa de equivocados fazemos, já aqui na terra. Lá nas Moradas do Pai certeira.

Muita Paz e Alegria neste dia de Agosto. Que este mês lhe dê muita alegria e realizações!

sábado, 31 de julho de 2010

O Artesão de Massas

ARTESÃO DE MASSAS







Olivier desde criança mostrava talentos diferenciados. Gostava de brincar com os cachorrinhos e levava um jeito especial. Foi crescendo e passou fazer artesanatos simples. Colarzinhos, cestinhas de palitos, abajures, etc. Aprendeu a tocar flauta, violão... Depois de moço não tinha costume de ir para a cozinha fazer pratos diferentes, mas sempre foi um bom prato. Até que decidiu fazer um curso de gastronomia. E aprendeu fazer massas , se especializando no assunto. Aqui tenho alguma das variedades que costuma fazer.

Vivi, Lição de Vida



VIVI, A GIBÓIA,

LIÇÃO DE VIDA

Vivi é uma gibóia criada no quintal da Cleuza. Vivia num cercadinho de madeira construída pelo Nego, sendo alimentada diariamente por bolinhas de arroz. Esta cobrinha apareceu ainda filhotinha na varanda, logo pela manhã. Foi deixada pela mãe que com certeza resolveu ganhar o mundo. Cleuza verdadeira mãe para todos os animais da fazenda resolveu adotá-la. Já tinha o Binho, a Kelly, Cláudio e Bruno (todos cachorrinhos), Conrado, um cabrito levado que sua filha enfermeira ganhou de presente no hospital onde trabalha. As gatas Gertrudes (esta é angorá), Elizena e Dag. Depois chegaram outras gatas, outros cachorros e mais bodes. Sempre seis galinhas com pintinhos, geralmente na época do inverno, galos e cem angolas. E Vivi foi ficando no meio desta bicharada. De vez em quando passeava no meio das aves o que as deixava arrepiadas. foram se acostumando. Até que correu notícia no meio rural que na fazenda havia uma gibóia , que chegou novinha e estava já crescida. A secretaria do meio ambiente veio visitá-la para ver se era verdade o boato. Fotografou, e Vivi, a que vivia no quintal, foi parar no jornal da cidade, na televisão. Nego passou a ter um caso de amor com Vivi. Aprendeu tocar uma flautinha ensinando a cobra dançar. Até o Faustão ficou interessado na cobra dançarina. A dança que ela mais gostava era sapateado. Vivi batia o rabo no chão seguindo o ritmo, lançando o corpo para frente e para trás. Perceberam o estranho talento de Vivi o dia que Phillip , o francês, colocou a música New york. Ela se enroscou num lencinho vermelho caído no chão por descuido, ornou-se cá no pescoço e começou a se remexer sinuosamente e estrondosamente. Ficaram na dúvida se também entendia ingês. Interessante, que os movimentos eram coerentes com a música. Não tinham mais dúvida do talento artístico de Vivi. Assim Vivi ficou mais e mais importante. O Nego passou a fazer apresentações nas cidades vizinhas e capital de Mato Grosso. Ganhou um bom dinheiro. Pode até comprar uma camionete do ano que era seu maior sonho. A maior lição que Vivi nos deixa é a boa convivência com animais de outras espécie. Nesta fazenda convivem, gatos, cachorros, cobras, aves e cabras. Cada um respeitando o seu espaço e direito de viver. Passeia tranquilamente por entre as angolas, lógico que de vez em quando se estressam um pouquinho, mas nada que traga dúvidas sobre o direito de Vivi circular tranqüilamente entre elas. Não se tem notícia de ter desaparecido uma única ave enquanto ela vivi por lá, a não ser o gavião Lampião que mora na fazenda vizinha (Bonanza) de uma tal de Fátima. De vez em quando lá vemos um pintinho sendo levado em seu bico. Mas a ordem é não atirar. Vivi preferiu viver numa toca de tatu, abandonada, em vez da caixa de madeira que lhe serviu de berço por algum tempo. Também, sendo canívora por natureza, aprendeu com a Cleuza ser vegetariana, isto é, se alimentar de arroz, milho e vegetais e queijo tofu. Até hoje não experimentou o sabor da carne, não tendo tentação de comer seus irmãos pela natureza. Esta atitude foi sabedoria do grande amor que a Cleuza sente pelos animais. Assim todos podem viver pacificamente. Quem sabe os homens um dia poderão se confraternizar sendo todos da mesma espécie, só variando a cor de pele, textura dos cabelos, formatos de olhos, diferenças de costumes e língua? Até a Vivi entendeu Inglês e a linguagem da dança, convivendo no seu restrito espaço com a universalidade? Mudando de hábitos alimentares em prol da preservação das espécies? Deu uma lição de Não Violência, ensinada por Ghandi. Isso é Amor e Ética.

Família do Andreas







TENHO DOIS IRMÃOS, ANDRÉ E NETO.

ANDRÉ É UM IRMÃO TRANQÜILO, COM UMA FAMÍLIA LINDA.

EM TANGARÁ SÓ SE HOUVE FALAR BEM DELE. SUA EX-FUNCIONÁRIA, CONHECIDA DA CLEUZA TEM POR ELE GRATIDÃO E AMIZADE. EU TAMBÉM TENHO POR ELE CARINHO E SIMPATIA.

ANDRÉ, MUITAS FELICIDADES PARA SI E FAMÍLIA!

QUE DEUS OS ABENÇOE SEMPRE!